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Smart TV: a nova porta de acesso para cibercriminosos

À medida que as Smart TVs ganham mais funcionalidades, a quantidade e a sensibilidade dos dados que manipulam ficam mais relevantes para o mundo do cibercrime. Segundo a Statista, em 2018, mais de 114 milhões de televisores inteligentes foram vendidos em todo o mundo. De acordo com uma publicação da IHS Markit, esse volume representa 70% de todas as TVs comercializadas naquele ano.

O problema é que, levando em conta a quantidade de usuários que utilizam essa tecnologia, os cibercriminosos encontram mais formas de se aproveitar dela por meio da Internet das Coisas (IoT). “O fato de que a maioria das Smart TVs executam hoje alguma configuração baseada no Android, implica na criação de um ambiente no qual é mais fácil para os criminosos gerarem códigos maliciosos capazes de afetar computadores de vários fabricantes, facilitando a transição de um malware”, diz Denise Giusto Bilic, especialista em segurança de TI da ESET América Latina.

Os cibercriminosos tem um objetivo claro com campanhas maliciosas: a geração de dinheiro. Eles exigem informações capazes de vender – dados para poder extorquir vítimas, sequestrar e processar dados. As Smart TVs têm todos esses recursos, o que as torna um alvo atraente.

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Como são os ciberataques

No relatório elaborado pela ESET, menciona-se que as técnicas que podem ser usadas para executar algum código malicioso no ambiente da vítima são engenharia social, vulnerabilidades, configurações ruins e ataques físicos. Essas metodologias permitem que os cibercriminosos ganhem controle da tecnologia.

Em 2016, usuários foram afetados pelo sequestro de televisores com ransomware para Android, como é o caso do Simplocker e do Vírus da Polícia. Além disso, o ADB.Miner, um malware voltado para criptomoedas, pode ser instalado sem a ajuda do usuário com as configurações habilitadas por padrão.

“Embora as vulnerabilidades sejam corrigidas e os usuários sejam treinados para detectar fraudes, muitas TVs continuam a ser encontradas em locais onde podem ser acessadas fisicamente por terceiros, por exemplo, na sala de espera de um escritório ou em uma sala de estar. Em particular, portas USB podem ser usadas para executar scripts maliciosos ou explorar vulnerabilidades”, destaca Denise.

O invasor pode automatizar de várias maneiras ações maliciosas com base na interação com a interface do usuário e executar o ataque em poucos segundos, simplesmente conectando um dispositivo similar na aparência a uma memória USB.

Dicas de proteção

O Laboratório de Pesquisa da ESET indica algumas medidas preventivas para reduzir os ataques a Smart TVs. Confira:

Ter alguma solução de segurança: geralmente, elas oferecem proteção contra ameaças para Smart TV para distribuições baseadas em Android, além de módulos capazes de prevenir infecções por malware e detectar páginas fraudulentas. Outra camada de proteção que essas soluções devem incluir é a proteção de portas USB, para impedir que códigos mal-intencionados invadam esses conectores.

– Configure os dispositivos: restringir origens desconhecidas, verificar aplicativos, não mostrar senhas, criar perfil restrito, automatizar atualizações, configurar a Google Play Store, desabilitar a depuração e coleta de dados por padrão, são os principais pontos a serem levados em conta no momento de configurar a segurança de um dispositivo de streaming.

– Reforce a segurança da rede: embora a configuração correta do dispositivo ajude, não é suficiente para criar um ambiente de rede totalmente seguro. Para proteger as TVs, é importante certificar-se de que o roteador use protocolos fortes e credenciais robustas, e que seu firmware não apresente vulnerabilidades.

– Proteção física: para equipamentos que estão em áreas vulneráveis, a proteção das entradas físicas do dispositivo deve ser levada em conta. Você pode ativá-la por meio de soluções de segurança ou, no caso de boxes de TV, em caixas de acrílico com fechadura. Para proteger as portas USB, você pode usar gadgets que são colocados entre o televisor e qualquer unidade externa que se conecte a ela, o que evita execuções indesejadas de código. Também é aconselhável cobrir a câmera da TV quando ela não estiver sendo usada.

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