Com a popularização dos smartphones, é cada vez mais comum que as pessoas já comecem o dia com a atenção totalmente voltada ao aparelho. Esse hábito, contudo, pode gerar consequências graves para a saúde, como dores na coluna e a alteração do relógio biológico. E não é para menos, afinal, o aparelho se tornou muito mais do que um telefone móvel. Hoje, é possível usá-lo como GPS, para ouvir músicas, ler livros, pedir comida e transporte, checar e-mails, pagar contas e muito mais. A lista de funções é infinita e a vida passou a girar em torno do celular.
Modo silencioso
Apesar das multitarefas dos celulares, não se pode deixar de lado o fato de que a necessidade de estar conectado o tempo todo pode trazer malefícios para a saúde. Algumas pessoas chegam a dormir com o celular debaixo do travesseiro para ficar olhando as mensagens que chegam. Outros têm o hábito de destravar o celular a todo momento para conferir se há novidades, mesmo sabendo que elas não existem. Caminhando pela rua, esbarram em pessoas, caem em buracos e tropeçam porque estão focados no smartphone.
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“As pessoas passam muito tempo com o pescoço curvado por causa dos smartphones, algo que a médio e longo prazo compromete a coluna de forma silenciosa. E, normalmente, eles só procurarão um médico quando já estiverem sentindo uma dor mais aguda e constante”, afirma o Alberto Croci, ortopedista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Outro problema decorrente do uso abusivo do smartphone é a alteração do relógio biológico. “Usar o celular antes de dormir impede que a melatonina, o hormônio do sono, seja liberada pelo cérebro, fazendo com que o organismo pense que ainda não é hora de dormir e permaneça em estado de alerta. Esse hábito interfere diretamente no tempo de descanso e pode gerar insônia, alterando o relógio biológico do indivíduo”, explica Milton Ciongoli, oftalmologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O especialista acrescenta que o adiamento da hora de dormir faz com que o sono REM – fase do sono com maior atividade cerebral – seja mais curto, dando a sensação de uma noite mal dormida. “Fadiga ao longo do dia, deficit de atenção, dores de cabeça, irritabilidade e estresse são sintomas esperados dentro desse quadro de insônias e noites mal dormidas”, afirma o médico.
Atenção online e offline
Por conta desses problemas, buscar pelo equilíbrio da vida online e offline é a chave para uma relação mais saudável com o smartphone. Se você já sente dores nas costas, atividades como natação, pilates e ioga auxiliam na recuperação. O mais importante, alerta o especialista, é ficar vigilante quanto à postura e, ainda que pareça impossível para algumas pessoas, reduzir ou cortar o uso do celular por um determinado tempo pode ser o primeiro passo para reverter o quadro clínico.
Caso abrir mão do celular não seja uma opção, o médico indica se policiar e usar o aparelho na altura dos olhos, evitando ficar de cabeça baixa e, de preferência, com os braços sem apoio, para não sobrecarregar a coluna e causar dores desagradáveis no dia a dia.