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Testamos: iPhone SE agrada pelo desempenho, mas não esconde design defasado

Créditos: Divulgação/Apple
21 dezembro, 2020
Leo Alves

Há momentos na vida em que a praticidade é mais importante que qualquer outro quesito. E, por mais que seja fácil migrar de sistema operacional na atualidade, manter-se no Android ou no iOS é ainda mais conveniente. Como meu celular antigo era um iPhone 7 Plus, decidi que seu sucessor seria um outro celular da Apple. Porém, o aumento de preços recente da empresa me fez optar pelo SE, o mais em conta – e não barato – dos modelos à venda atualmente no Brasil.

iPhone SE: rápido e bonito, mas antiquado

Como os 32 GB do meu aparelho antigo não estavam mais dando conta, optei pelo modelo de 128 GB e na cor vermelha – há também as versões de 64 GB e 256 GB, além das cores preta e branca. De cara, a maior diferença que notei foi no tamanho. O SE só está disponível com o display de 4,7 polegadas, ante as 5,5 polegadas do 7 Plus.

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A vantagem é que agora tenho um aparelho que cabe no bolso da calça. Em contrapartida, perdi espaço útil de tela. Só que o SE é tão mais leve que o 7 Plus que é fácil se acostumar. Bem, é um pouco mais difícil ver vídeos no YouTube e fotos no Instagram, mas ao menos não fico cansado ao segurá-lo, já que é um aparelho mais leve.

Entretanto, é inegável que o visual desse iPhone está defasado. A carcaça é a mesma do modelo 8, de 2017. As bordas inferiores e superiores são largas e roubam espaço de tela, que já é melhor aproveitada nos modelos mais novos da Apple e há bem mais tempo pelos celulares Android.

Desempenho

Talvez o maior mérito do iPhone SE seja o seu hardware. Ele utiliza o mesmo processador Bionic A13 da família 11 e 11 Pro. Com isso, o desempenho do celular é bom o suficiente até para rodar jogos mais pesados do Apple Arcade, como Skate City e Butter Royale. Sendo assim, usar aplicativos mais leves, como os das redes sociais, é tranquilo no aparelho.

Se o hardware entrega um bom desempenho, a bateria frustra um pouco, já que sua duração é apenas mediana. Com um uso não muito intenso, ela chega ao fim do dia com cerca de 20% de carga disponível. Caso o aparelho seja usado durante muito tempo para jogar ou assistir vídeo, é bom ter uma tomada por perto ou uma bateria externa, pois há grandes chances de o aparelho ficar sem carga.

Na hora de recarregar, há duas opções. Tenho utilizado bastante o modo de carregamento por indução, já que considero mais prático que o carregador convencional – basta apoiar o celular em cima da base para que a mágica aconteça. Já o outro jeito é o tradicional cabo e carregador de tomada.

Raio-X


Nome: iPhone SE (segunda geração)
Sistema operacional: iOS 14
Tela: LCD IPS 4,7 polegadas (1334 x 750 a 326 ppp)
Armazenamento: 64 GB, 128 GB ou 256 GB
Memória RAM: 3 GB
Processador: Six-Core A13 Bionic (Dual-Core de 2.65 GHz Lightning + Quad-Core de 1.8 GHz Thunder)
Câmeras: 12 megapixels (traseira) e 7 megapixels (frontal)
Dimensões (LxAxP): 6,73 x 13,84 x 0,73 cm
Peso: 148 gramas
O que anima: desempenho, tamanho compacto, carregamento rápido
O que decepciona: preço, design defasado, duração da bateria, ausência de carregador e fone de ouvido
Preço: a partir de R$ 3.699
Site oficial: www.apple.com/br/iphone-se

O problema é que a Apple decidiu que ninguém mais precisa de um carregador e retirou ele não só do modelo 12, mas de todos os iPhones vendidos atualmente. Como meu aparelho era de um lote antigo, ele ainda veio com a fonte, o cabo e os fones de ouvido, mas todos os aparelhos mais recentes só virão com o cabo lightning + USB-C (que nem é o padrão antigo, o que impossibilita ele ser ligado nos carregadores que vinham anteriormente).

No quesito câmera, o iPhone SE faz o arroz com feijão tradicional, mas bem temperado. Ele utiliza uma lente em cada lado do aparelho. Na traseira, nada de conjunto duplo como no iPhone 7 Plus ou nos mais recentes. Embora única, a câmera de 12 MP faz bons registros em ambientes abertos e fechados, principalmente se bem iluminados. O modo retrado é eficiente, mas só funciona com pessoas – nem mesmo um cachorrinho é reconhecido por ele, desativando a função.

A frontal, com 7 MP, também agrada em selfies e vídeos, embora filme apenas a 1080p e a 30 fps – a traseira é capaz de filmar em 4K a 60 fps. No geral, as câmeras são boas e conseguem até mesmo superar as do antigo 7 Plus, mesmo tendo uma lente a menos na traseira e as mesmas resoluções.

Veredito

O iPhone SE de segunda geração é um bom aparelho, mas que não vale o que custa no Brasil. Atualmente, seu preço começa em R$ 3.699, na versão de 64 GB, e pode chegar aos R$ 5.199 no modelo de 256 GB. A versão de 128 GB, por sua vez, custa R$ 4.199 no site da empresa. Para comparação, nos EUA ele começa em US$ 399 e sai por US$ 449 na configuração que escolhi. Mesmo com o dólar alto, o preço é praticamente a metade do praticado no Brasil.

Foto: Divulgação/Apple
As três cores do iPhone SE de segunda geração

 

Minha escolha pelo aparelho foi por gostar do ecossistema e pela praticidade na hora de transferir os dados. Pesou também o fato de eu ficar ao menos três anos com um aparelho. Como a Apple dá um longo suporte de atualizações para o iOS, passarei os próximos anos sempre com o aparelho rodando a última versão do sistema operacional.

Para quem busca um iPhone, mas não está disposto a pagar os valores absurdos atuais, o SE é o que tem a melhor relação custo-benefício, além de que seu preço no e-commerce costuma ser mais baixo que o sugerido pela marca da maçã.

Porém, beira o surrealismo uma empresa decidir que um item essencial, como o carregador de tomada, pode ser descartado. Não satisfeita, a Apple ainda não reduziu os valores para compensar a retirada dos itens – nem mesmo nos EUA.

Políticas empresariais à parte, o iPhone SE pode ter visual datado, mas atende perfeitamente. Seu hardware é potente, o aparelho é compacto e leve, além de ser visualmente bonito. Se fosse mais barato, seria ainda mais atraente, porém ele é o modelo mais barato da Apple da atualidade.

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