*Por Vivaldo José Breternitz
Tornando ainda mais evidente a falta de profissionais para a área de Tecnologia da Informação, a Amazon planeja contratar 55 mil pessoas para essa área e outros cargos de gerência. Com isso, ela aumenta o número desses profissionais, hoje aproximadamente 275 mil, em cerca de 20%. Trabalharão nos Estados Unidos 40 mil dos novos contratados.
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A informação foi dada pelo novo CEO da empresa, Andy Jassy, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo em julho. Segundo ele, a companhia precisa de mais pessoal de Tecnologia da Informação para atender às demandas dos negócios relacionados ao varejo e publicidade.
Além disso, a Amazon necessita de pessoal de Tecnologia da Informação para acelerar seu projeto Kuiper, que pretende criar uma constelação de satélites para atender à demanda de banda larga para telecomunicações, concorrendo com a Tesla e seu projeto Starlink. A constelação deve custar mais de dez bilhões de dólares e ser composta por cerca de 3.250 satélites.
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Esse esforço de contratação estará centrado no “Career Day”, uma feira que a empresa promove a partir de quinze de setembro. Há ofertas para trabalho em nove países – mas não no Brasil. São oportunidades não apenas para profissionais de Tecnologia da Informação, mas também para áreas de pesquisa, robótica, engenharia e outras.
Protestos de trabalhadores
Deve-se registrar terem ocorrido, recentemente, protestos de trabalhadores que prestam serviços à Amazon, em função das condições de trabalho. Essas manifestações concentraram-se entre motoristas e pessoal dos centros de distribuição.
Nessas áreas, o turnover é elevado, tendo sido contratadas no ano passado 500 mil pessoas. Com cerca de 1,3 milhão de empregados, a Amazon é a segunda empresa privada americana em número de empregados – perde para o Walmart, com 2,2 milhões.
A sociedade precisa monitorar o crescimento da Amazon, cujo poder de pressionar pequenos industriais e varejistas cresce a cada momento. Ela pode, quando desejar, simplesmente expulsar alguns destes do mercado. É muito poder concentrado nas mãos de poucas pessoas.
Quanto ao Brasil como um todo, estima-se que serão necessários, até 2025, cerca de 400 mil profissionais de Tecnologia da Informação. Nossas escolas não têm condições de formar esse número, o que certamente atrasará nosso desenvolvimento.
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*Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.