Que o funk já é uma realidade e um fenômeno no Brasil não é novidade. Mas esse ritmo legitimamente verde e amarelo, que nasceu nas favelas do Rio de Janeiro na década de 1990, já tomou conta do Spotify e vem ganhando os gringos há cerca de dois anos.
Prova disso é que desde 2016, o consumo das playlists de funk do Spotify cresceram nada menos que 3.421% em streams fora do País. No geral, o número também surpreende: 4.694% de crescimento no mundo todo dentro do maior serviço global de assinatura de streaming de música, incluindo o Brasil. É possível ver o aumento neste mapa.
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Funk fora do Brasil
Ao sair do Brasil e da América Latina, o funk teve a Europa como primeiro destino. Porém, ainda assim, o país que mais ouve funk no Spotify são os Estados Unidos, seguido por Portugal e Argentina.
“O funk brasileiro é um verdadeiro fenômeno. Principalmente nos últimos dois anos, o gênero quebrou barreiras e fronteiras, deixando o Rio de Janeiro e se expandindo para o Brasil todo e para o mundo. E a grande parceira de artistas como Anitta, MC Kevinho, MC Fióti e Ludmilla, é a internet, mais precisamente o Spotify e os serviços de streaming de música, que permitiram que esse fenômeno se expandisse”, ressalta Roberta Pate, gerente de marketing com artistas e gravadoras do Spotify para América Latina e Estados Unidos hispânico.
Os últimos dois anos foram cruciais para a expansão do funk e neste período vários artistas surgiram no Brasil e logo despontaram também no Spotify global. Além de Anitta, MC Kevinho, MC Fióti e Ludmilla, citados anteriormente, Dennis DJ, MC G15, MC Zaac e Nego do Borel também estão na lista dos artistas de funk mais ouvidos fora do Brasil no Spotify. Sem contar que músicas como “Malandramente”, de Dennis DJ, “Olha a Explosão”, de MC Kevinho, “Bum Bum Tam Tam”, de MC Fióti, e “Vai Malandra”, de Anitta, se tornaram verdadeiros hits mundiais.
O poder do funk no Brasil
O funk, nascido nas favelas do Rio de Janeiro a partir da mistura do hip hop, eletrônico e música popular brasileira, mudou bastante desde DJ Marlboro, responsável pela introdução da mundialmente conhecida batida funkeira no início dos anos 1990. Desde então, o gênero evoluiu, ganhando batidas diferentes e novos artistas, sendo assumido e disseminado por grandes cantores como Latino, Claudinho & Buchecha, MC Sapão, MC Marcinho.
Já no começo dos anos 2000, a apresentadora Xuxa não só ajudou, mas levou o funk para outro patamar, colocando o gênero definitivamente no chamado “mainstream”, dando cara, voz e mostrando esses funkeiros em seus programas de TV. Foi então que o funk começou a deixar a favela onde nasceu, ganhando a região Sudeste e o Brasil.
Nos últimos dois anos, o consumo das playlists do gênero no Spotify cresceu 3.688% em streams no País. Prova disso é que o Estado brasileiro que mais cresceu no consumo de funk no app foi o Paraná, com 135.1%, seguido por Tocantins (131.7) e Rondônia (123%).
Os números provam que o funk chegou com muita força em todos os Estados brasileiros. Porém, além dos usuários estarem ouvindo diariamente o gênero no Spotify, no último ano também houve o crescimento da criação e produção do funk longe do Rio de Janeiro e São Paulo. O surgimento da MC Loma e as Gêmeas da Lacração, que deixaram a pequena cidade de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, para fazer shows em todo País com o sucesso “Envolvimento” é uma prova disso.
Outro exemplo que está roubando as manchetes é Aldair Playboy, da Paraíba, que acabou de gravar o brega funk “Amor Falso” com ninguém menos que Wesley Safadão e MC Kevinho, e já é uma das músicas mais ouvidas do Spotify Brasil e do mundo no app.
Esses sub-gêneros do funk – que trazem misturas de ritmos como sertanejo, pop, reggae – estão cada vez mais sendo disseminados pelo Brasil. O brega funk, o pancadão e a volta do funk melody já se propagam pelo País e, claro, pelo mundo.
Enquanto isso, artistas já consolidados na cena seguem fazendo parcerias com grandes nomes internacionais e nacionais. É o caso de Ivete Sangalo e o funkeiro MC Livinho, com “Cheguei pra te Amar”, e do pagodeiro Thiaguinho e Ludmilla, com “Só Vem!”. Essas parcerias e misturas de ritmos, que sempre foram marcas registradas na música brasileira, estão e continuarão ainda mais evidentes com o crescimento do funk e de outros gêneros nacionais.
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