Já há leve queda na média móvel de novos casos de pessoas contaminadas e de mortes ocorridas pela covid-19. Existe ainda pequeno aumento no número de doses da vacina aplicadas na população nos últimos dias. Ambos os fatores – ainda que positivos – ainda não são suficientes para retomada da economia de tempos pré-pandemia.
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O prazo previsto pelo Sebrae para que os pequenos negócios possam voltar aos níveis de faturamento verificados antes do início da pandemia ainda não é curto: no mínimo, outubro de 2021. Isso é o que mostra o estudo da entidade que mede o impacto da vacinação na retomada da economia dos pequenos negócios.
De acordo com o relatório, o ritmo da vacinação – lento, já que a imunização em massa é diuturnamente boicotada pelo governo federal – adiou em mais de um mês a expectativa de retomada da economia. O estudo, em PDF, Perspectiva de vacinação e o retorno das MPE está disponível no site do Sebrae.
Retomada da economia só em outubro
De acordo com o levantamento, até 9,5 milhões de pequenos negócios deverão retomar o nível de atividade equivalente ao registrado antes da pandemia até próximo dia 10 de outubro. Isso corresponde a 54% do universo de microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas.
Na data prevista, metade da população brasileira deve estar vacinada com duas doses ou uma do imunizante da Janssen (dose única). Na edição anterior do mesmo estudo, realizada em maio, o prazo estimado para esse cenário era 1 de setembro.
O estudo é feito a partir do cruzamento de dados da Fiocruz, do cronograma de vacinação do Ministério da Saúde e de dados de pesquisas do Sebrae em parceria com a FGV.
O presidente do Sebrae, Carlos Meles, destaca que o Sebrae tem acompanhado, cuidadosamente, o nível de vacinação da população. Afinal, a imunização é o único meio capaz de devolver a economia ao eixo da normalidade.
“A última pesquisa sobre o impacto da pandemia que fizemos, junto com a Fundação Getúlio Vargas, deixou explícito que apenas a abertura das empresas e a diminuição das restrições não são suficientes para recuperar o faturamento. Sem vacinação, não há retomada”, pontua Melles. “Já estamos na terceira edição do estudo que correlaciona a vacinação e a atividade econômica. Infelizmente, verificamos que a campanha de imunização não tem acompanhado a necessidade de retomada dos pequenos negócios. O resultado é que tivemos de adiar mais uma vez a expectativa”, complementa.
Setores que voltam antes
As primeiras empresas a perceberem sua recuperação são os negócios que atuam principalmente nos setores relativamente menos atingidos pela crise. Eles teriam uma reação mais rápida ao contexto de vacinação da população. São eles:
- Comércio de alimentos
- Logística
- Negócios Pet
- Oficinas e Peças
- Construção
- Indústria de Base Tecnológica
- Educação
- Saúde e Bem-estar
- Serviços Empresariais
Outros setores da economia, pelas suas particularidades, retornariam mais lentamente ao estágio verificado antes do início da pandemia. É o caso dos segmentos de Bares e Restaurantes, Artesanato e Moda. Esses só alcançariam esse nível de atividade por volta do dia 10 de novembro, quando 100% das pessoas com mais de 25 anos estariam imunizadas.
O setor de Beleza só alcançaria o estágio de faturamento equivalente ao pré-pandemia em 21 de dezembro e os setores de Turismo e Economia Criativa devem demorar ainda mais, voltando ao patamar de faturamento anterior ao início da crise apenas em 2022, mesmo que 100% da população já tenha sido vacinada até dezembro desse ano.