O relacionamento Sugar chegou oficialmente ao Brasil em 2015. No entanto, antes mesmo de ser nomeado, já era explorado pelas novelas e produções de TV.
O primeiro folhetim a ter uma personagem que se autodenominava Sugar Baby foi em “A Dona do Pedaço” (2019), da Rede Globo, em que Sabrina tinha o seu Sugar Daddy Otávio. Mas, analisando a história da teledramaturgia brasileira, é possível destacar diversos casos em que a “relação de açúcar” aparece. Entre eles: Ludovico e Aninha em “Chocolate com Pimenta” (2008), além de Anita e Fernando da série “Presença de Anita” (2001).
E, recentemente, a reprise de Império trouxe de volta o casal Maria Isis e o Comendador José Alfredo. A própria Marina Ruy Barbosa postou em suas redes sociais que a sua personagem era uma Sugar Baby e ela não sabia.
“É algo que existe no Brasil faz tempo. Esse conceito de relacionamento Sugar trazido dos Estados Unidos apenas se adaptou muito bem no País. Isso porque as mulheres jovens estão cansadas de homens imaturos, que não podem oferecer nenhuma segurança e estabilidade. Por isso, elas procuram companheiros mais velhos, de 35 a 45 anos – ou mais –, já maduros e bem resolvidos financeiramente, para que possam aproveitar viagens, novas experiências em um relacionamento transparente e sem joguinhos bobos”, explica Caio Bittencourt, diretor de comunicação da plataforma MeuPatrocínio.
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Relacionamento Sugar da TV versus o da vida real
Nas novelas, algumas Sugar Babies têm aparecido com uma conotação negativa. Por exemplo, Sabrina, de “A Dona do Pedaço”, era amante de Otávio e também tinha um caso à parte com o entregador de pizza Sávio. Já Maria Ísis é amante do Comendador e seus familiares se aproveitam das regalias e mimos que ela ganha.
É válido levar em conta o que as produções passam à população, já que, segundo o Kantar IBOPE Media, cada ponto de audiência equivale a 260.558 domicílios. Assim, as produções de horário nobre na TV aberta da Rede Globo, que costumam ficar em torno de 30 pontos, alcançam um número expressivo de telespectadores.
“Em relação ao caso da personagem Sabrina, é importante esclarecer que relacionamento Sugar não tem absolutamente nada a ver com prostituição. Não é sobre pagar por encontros ou sexo. A questão financeira aparece como em qualquer relação, na qual uma das partes pode ajudar a outra quando for necessário. E como em qualquer outro relacionamento, só vai haver sexo se for da vontade de ambos, se houver química, afinidade. Não é uma exigência”, ressalta Caio.
De acordo com o especialista, em um relacionamento Sugar existem pontos comuns a ambas as partes, como prezar pela honestidade e transparência, entender que não é só porque o homem é bem-sucedido financeiramente que ele tem poder sobre a Sugar Baby, assim como tudo deve ser combinado e consensual entre o casal.
As obras da TV ajudam ou atrapalham?
Caio acredita que, mesmo de uma forma errônea, a representação na TV é benéfica para o conceito. “O que queremos é que as pessoas conheçam esse tipo de relacionamento. Sendo assim, a exposição em novelas, seriados, filmes ajuda para mostrar ao público que se trata de algo normal”, explica.
Contudo, o especialista aponta que, quando o relacionamento Sugar é retratado da forma incorreta, acaba criando expectativas erradas no público. “Ainda assim gera uma curiosidade. As pessoas procuram no Google e demais buscadores mais sobre esse universo e acabam achando informações que ajudam a desmistificar e alinhar as expectativas”, conclui.
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