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Proteste: “suspender WhatsApp em aparelhos antigos é desrespeito ao consumidor”

WhatsApp

No início de 2017, o WhatsApp – usado por pouco mais de um bilhão de pessoas – já deixou de funcionar em aparelhos que usam sistema operacional Android 2.1 e 2.2, iPhone 3GS/iOS 6 e Windows Phone 7. A partir de 30 de junho, será a vez dos Blackberry, Blackberry 10, Nokia S40 e Nokia Symbian S60, que irão perder o acesso ao app definitivamente.

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Por conta disso, a Proteste, Associação de Defesa do Consumidor vai notificar o Facebook, dono do serviço de mensagens instantâneas WhatsApp, contra a suspensão do serviço para smartphones mais antigos. O órgão considera que a obsolescência programada dos celulares é um desrespeito ao consumidor, especialmente por quem opta por utilizar um aparelho mais antigo, uma vez que o acesso ao serviço de telefonia é provido por todas as operadoras no país.

De acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor no inciso IX, “recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais”.

O diretor de relações institucionais da Proteste, Henrique Lian, explica que uma vez que o aparelho funciona normalmente, a atualização é um direito do consumidor. “Entendemos que essa oferta por tempo razoável dura enquanto o aparelho funcionar provido do serviço de telefonia, pois uma vez que ele funciona na rede GSM, recebe normalmente todo tipo de atualização mesmo que o produto esteja descontinuado, é uma prática abusiva dos desenvolvedores a suspensão de um determinado serviço”, comenta.

“Desrespeito”
O WhatsApp justificou que “estas plataformas [caso do Blackberry e Nokia] foram muito importantes na nossa história, mas já não têm a capacidade necessária para expandir as funções do nosso aplicativo no futuro”, quando fez o primeiro anúncio da mudança justiçando que hoje 0,5% dos usuários ainda tem esses aparelhos. “Mesmo que seja uma parte ínfima do total, não se pode forçar o consumidor a consumir um novo aparelho, o que entendemos ser um desrespeito ao CDC e ao consumidor”, complementa Lian.

Outro caso emblemático é o da Apple que anunciou, em 2016, que deixará de oferecer suporte a produtos que deixaram de ser fabricados em âmbito mundial há mais de cinco anos. Na época, suspendeu as atualizações do sistema iOS para o iPhone 4, e este ano teme-se que deixe de oferecer o serviço para o iPhone 5, sendo que, no país, ainda comercializa por exemplo o iPhone 5C e 5S, que fazem parte da linha.