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Opinião: Influenciadores digitais têm muito a aprender com o início dos anos 2000

*Por Celso Fortes

O investimento de artistas, jornalistas e digital influencers em aplicativos próprios me faz lembrar alguns fatos do início do novo milênio. Naquele tempo, todo mundo ainda estava aprendendo a usar a internet e uma das maiores febres da época era baixar músicas em arquivos MP3 para ouvir no computador.

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A chance de acessar milhares de músicas gratuitamente conquistou o público rapidamente e gerou uma verdadeira dor de cabeça para as gravadoras e os músicos. Na época, eu trabalhava em um selo musical e foi fácil perceber que as músicas digitais estavam destruindo a estratégia de vendas baseada em estruturas físicas (CDs).

Com o tempo, a chamada “onda digital” só ganhou força e atingiu a indústria fonográfica com tudo. Decidi que não ficaria a ver navios e escolhi surfar nesse novo mar aberto. Fui aprender a fazer sites e criei a minha agência digital em 2007. No mesmo ano, a Apple lançou o primeiro iPhone e isso revolucionou diversas indústrias.

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A criação da inédita App Store permitiu baixar, no celular, aplicativos como o famoso YouTube. Mais tarde viriam o Snapchat, o Facebook e o Instagram. Não demorou para que as pessoas percebessem a capacidade de comunicação (e remuneração) que essas ferramentas tinham e logo começaram a criar canais com conteúdos próprios.

Foi a partir daí que começaram a surgir os fenômenos da internet. Mas, apesar do formato novo, esses grandes influenciadores eram tratados pelas mídias sociais de uma forma muito parecida com que os artistas se relacionavam com as gravadoras do passado.

Os astros faziam as músicas e moviam multidões, mas não ficavam com os lucros. Nessas redes sociais, não é diferente. O rendimento é centralizado no nível de audiência e há um algoritmo não muito claro para definir o quanto eles deveriam ganhar pelo seu esforço.

Para piorar, com constantes atualizações nesses algoritmos, esses produtores de conteúdo vivem tendo a visibilidade reduzida. Algo que, é claro, gera muita insatisfação.

Em 2015 pude perceber essa preocupação por parte dos produtores de conteúdo quando conheci a empresária e influenciadora digital Adriana Sant’anna. Na ocasião, nós já trabalhávamos fazendo apps e eu decidi propor parceria.

A Novos Elementos entraria com a tecnologia e ela ficaria responsável pelo conteúdo. Os lucros seriam divididos meio a meio. Um mês depois, lançamos o app Adriana Sant’Anna e a novidade foi um sucesso, contando com forte adesão dos mais de 1 milhões de seguidores que ela tinha na época.

Para se ter uma ideia, chegamos a ficar à frente do WhatsApp como o app mais baixado do Brasil por alguns dias. Hoje ela tem mais de 2,7 milhões de seguidores e já atualizamos seu aplicativos algumas vezes.

Outros artistas e jornalistas já nos procuraram com o mesmo intuito e a recente inserção do Felipe Neto no mercado é mais uma prova de que o mercado dos “reality apps” realmente veio para ficar.

O sol nasceu para todos, agora é saber curtir o bronzeado.

*é empreendedor digital e CEO da agência digital Novos Elementos

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