O Open Banking, que pode ser traduzido como “banco aberto” ou “abertura dos serviços bancários”, é uma iniciativa que pretende redefinir a relação de posse, portabilidade, transferência e uso dos dados pelos consumidores e demais agentes financeiros. O conceito parte da premissa de que estes dados pertencem ao consumidor e não às instituições financeiras.
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Antes, a análise dos dados bancários dos consumidores como entradas e saídas, transações, investimentos era propriedade exclusiva dos bancos. Com o Open Banking, o uso e a portabilidade das informações é feito pelo dono delas, o consumidor, que pode utilizá-los como ferramenta para contratar serviços financeiros como empréstimos, por exemplo.
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Em abril deste ano, o Banco Central iniciou o processo de implementação do Open Banking. O modelo brasileiro, que se baseia nos exemplos da União Europeia e do Reino Unido, ainda está sendo debatido e deve ser colocado em prática a partir do segundo semestre de 2020. A expectativa é que o modelo brasileiro seja um dos mais avançados do mundo.
O estudo Open Banking, da Liga Insights, reuniu pela primeira vez no Brasil a discussão sobre as oportunidades e inovações no setor. Por meio dele, o que se percebeu é que o movimento de “bancos abertos” já começa a ganhar forma – uma vez que os serviços existentes estão sendo adaptados e novos produtos estão sendo desenvolvidos.
A pesquisa consolidou e convergiu o debate sobre o movimento Open Banking no Brasil, coletando informações dos principais players que estão envolvidos nesse cenário, como empreendedores, startups, bancos tradicionais, novos bancos – bancos digitais, instituições, associações.
Modificações
O cenário brasileiro irá sofrer grandes mudanças com a aplicação do Open Banking. Uma delas está relacionada a processos de concentração dos serviços bancários – hoje, no Brasil, os 5 maiores bancos do país concentram 81,2% de todos os ativos do setor bancário comercial.
Outra mudança está relacionada aos desbancarizados. Um terceiro ponto são as novas formas de fazer negócios e acessar serviços e produtos financeiros que muitas vezes estão sendo transformados pelas startups num ritmo mais acelerado e com maior flexibilidade às demandas dos novos consumidores.
Possibilidades
O movimento Open Banking abre inúmeras oportunidades. Entre as mudanças esperadas estão: o aprimorar de processos (scoring de crédito, verificação de identidade etc.), agregar de plataformas (para finanças pessoais, controle de ativos e linha de crédito). Melhorias de ofertas de serviços bancários e não-bancários (ferramentas de controle, gestão de fluxo de caixa, gestão de patrimônios etc.); e ferramentas para análise e orientação (gestão de dinheiro e marketplace para comparação de produtos)são outros destaques.
“Com o Open Banking, o usuário está no centro do negócio e, portanto, a tendência é uma hiper-customização dos serviços, além da criação de produtos financeiros de acordo com as necessidades específicas de cada cliente”, explica Raphael Augusto responsável pelo estudo. “Este é um dos benefícios deste movimento: a capacidade da informação transitar e gerar riqueza para a criação de novos produtos e atendimento das necessidades dos consumidores”
No Brasil, já existem soluções que começam a movimentar esse conceito. O Guia Bolso, por exemplo, foi uma das primeiras startups do mercado a se destacar ao fazer a gestão financeira aplicada às informações geradas via extrato bancário.
Também pode-se destacar a Yubb, plataforma que encontra o melhor investimento em centenas de bancos, corretoras e financeiras, e a startup Stark Bank, ferramenta open banking, que ajuda empresas a simplificar o processo de realizar transferências e emitir boletos no Brasil.