Nomofobia é um nome pouco conhecido, mas refere-se a uma fobia que tem crescido ao redor do mundo. Trata-se do medo irracional de ficar sem celular. Essa doença também é conhecida como no-mobile e síndrome da dependência digital. No Brasil, 87% da população afirma que não viveria sem internet. Dados do Observatório Febraban, estudo realizado pela Febraban em parceria com o Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo (Ipespe), ainda apontam que o brasileiro navega, em média, 7,9 horas diárias – acima da média mundial de 6,4 horas.
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Para o psicólogo Davi Alves, professor do curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, o avanço tecnológico é um dos fatores que contribuem com a nomofobia. “Existe a necessidade em estar sempre perto de um celular, pois nele se resolve tudo: trabalho, estudos, entretenimento, compras. E, quando nos percebemos distante dele, é como se deixássemos de viver ou de estar conectado com o mundo”, explica.
Apesar da comodidade ofertada pelos aparelhos, é preciso ficar atento aos sinais que indicam vício. “Quando a pessoa percebe que não está conseguindo fazer coisas que não estejam vinculadas ao uso imediato do celular é preciso atenção. Por exemplo, se vai a um aniversário e tem a sensação de que ali está chato por ter que conversar ou emitir outros comportamentos que não dependem do aparelho. Ou quando se está estudando, namorando, comendo e ao mesmo tempo olhando o telefone. Nesses casos, existe um condicionamento da vida ao uso do smartphone”, alerta Davi.
O uso exagerado, inclusive, pode trazer consequências. “Elas são diversas e, na maioria das vezes, terríveis. Isso porque somos uma espécie que vive em comunidade, sendo importante que seus membros se relacionem. Essa conexão, em parte, pode ser até realizada via celular, mas o aparelho não responde às necessidades do homem. A consequência disso é a construção de relacionamentos frágeis”, afirma o docente.
O problema, no entanto, não está na tecnologia em si. Está na maneira como as pessoas se relacionam com ela. Seu uso deve ser saudável e o aparelho deve ser visto como um ajudante, e não uma dependência. Em casos de nomofobia, a dica é procurar ajuda médica.
“De acordo com a magnitude desse comportamento socialmente disfuncional, a ajuda de um psicólogo é indispensável. Isso porque o processo terapêutico vai ajudar esse sujeito a melhorar esse vício em um contexto de reflexão, mostrando quais são os comportamentos que levam à nomofobia, bem como propor ao sujeito alternativas”, conclui Davi.
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