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Mercados de smartphones, tablets e PCs serão os mais afetados pela covid-19

No mercado de consumo de tecnologia na América Latina, o segmento de smartphones será o mais afetado pela pandemia de covid-19, seguido por computadores pessoais e tablets. Os dados são da IDC, serviços de consultoria e conferências. A conclusão veio após analisar o impacto do novo coronavírus sobre a China e a situação apresentada pelos países latino-americanos.

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Segundo Paola Soriano, diretora do Programa de Consumo da IDC na América Latina, ao ajustar suas projeções para 2020 na região, a empresa considerou que as fábricas em todo o mundo estão trabalhando entre 30% e 50% de sua capacidade, situação que deve continuar até maio, afetando a produção e a distribuição de componentes para dispositivos de consumo.

As limitações de tráfego impostas pela quarentena em alguns países da América Latina prejudicaram o abastecimento de suprimentos, provocaram atrasos na cadeia logística e levaram ao fechamento ou desligamento temporário em algumas plantas produtivas da indústria de TI, causando queda nas vendas ou aumento de preço, impulsionado também pela volatilidade da taxa de câmbio. “Situação que deverá ser agravada pela contração da macroeconomia, como perda de empregos e realocação do orçamento familiar para bens de consumo básicos”, analisa a diretora da IDC.

Paola estima que os smartphones – que concentram 51% do total de vendas em valor para o usuário final – serão os mais afetados. Antes da pandemia, a IDC projetava uma queda de 0,2%. Agora, com os últimos ajustes, a estimativa de queda para o mercado de celulares é de 10% a 15%. O produto é seguido pelo setor de PCs, que passou de uma contração prevista em 1,9% para queda de 8%, e tablets, de 9,9% para queda entre 15% e 17%, aproximadamente.

Ricardo Mendoza, analista sênior de dispositivos móveis da IDC América Latina, ressalta que os países mais afetados são: México, devido a atrasos nos embarques no primeiro semestre do ano, e Brasil, devido ao fechamento parcial da produção local e falta de componentes, bem como às medidas adotadas pelos respectivos governos.

Mercados em alta

Entre os segmentos que mantêm projeções de expansão estão os de wearables, com média entre 15% e 19%, e os de smarthome, com 13% e 16% de aumento em comparação com 2019. Segundo a IDC, há outros mercados com oportunidades, como o de comércio eletrônico, jogos, aplicativos de colaboração, nuvem e streaming, além de maior demanda para notebooks, monitores e acessórios para atender às necessidades do home office e da educação a distância.

Daniel Zegarra, gerente de programa de AR/VR, Smarthome & Wearables da IDC na região, espera que o mercado de wearables mantenha o crescimento, apesar do impacto da covid-19. No caso de earwear (fones de ouvido inteligentes), que concentra 40% das vendas deste mercado, a empresa projeta um crescimento entre 20% e 26% em unidades, impulsionado pela substituição dos aparelhos auditivos tradicionais.

Os smartwatches, que em 2019 dobraram suas vendas, para este ano crescerão apenas entre 1% e 3% em unidades, sendo que o mercado mais afetado será o de pulseiras inteligentes (fitbands), que passará de 122% em 2019 para cerca de 4% a 8% em 2020.

No segmento de jogos para PC, a IDC estima vendas entre 700 e 900 mil unidades, lideradas pelos mercados do México, Brasil e Peru.

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