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Fingerprinting: seria mesmo uma ameaça à privacidade?

Manter o anonimato (ou mesmo a privacidade) na internet pode ser bastante complicado. Fora os métodos clássicos de identificação, como a busca de endereço IP ou o uso de cookies, hoje, estratégias bem mais sofisticadas já conseguem montar um perfil digital completo sobre os usuários sem grandes esforços. Um desses métodos é o chamado fingerprinting.

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O que é fingerprinting?

Em termos gerais, o fingerprinting é uma técnica usada para identificar os usuários da internet por meio da coleta de dados aparentemente inofensivos. São apanhadas, por exemplo, informações sobre sua resolução de tela, a versão do seu navegador, seus plugins instalados, seu fuso horário, entre outros.

Com a combinação de todos esses elementos, as empresas conseguem montar um perfil que é praticamente único e que pode servir como uma “impressão digital” do usuário na rede. Tendo em mãos esse identificador, é fácil para terceiros acompanharem o seu comportamento online, analisando as páginas que você visita, os produtos que visualiza e compra, ou os programas de TV a que assiste.

O fingerprinting é uma ameaça à privacidade?

A resposta para essa pergunta é: depende. Como tudo relacionado à tecnologia, o fingerprinting também tem dois lados. De início, seu uso era dedicado à segurança de sistemas bancários e financeiros na internet, como um meio de detectar comportamentos suspeitos e potencialmente fraudulentos.

Agora, em sua maioria, o fingerprinting serve a empresas de marketing que fazem uso dos perfis coletados para direcionar suas campanhas publicitárias e gerar mais lucros para os seus clientes. E, claro, em casos extremos, essas informações também podem cair em mãos erradas e ser utilizadas para fins menos legítimos. Um hacker, na pior das hipóteses, poderia usá-las para praticar crimes cibernéticos, como phishing e roubo de dados.

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Como evitar o fingerprinting

Infelizmente, não existem meios de impedir completamente o fingerprinting. Mesmo táticas comuns, como a exclusão regular dos cookies do navegador, o acesso pelo modo anônimo ou o uso de mais de um browser, não são capazes de evitar a construção do seu perfil na rede.

Por outro lado, os usuários podem empregar algumas técnicas simples para minimizar os efeitos do fingerprinting, garantindo um nível maior de privacidade. A seguir, você confere algumas delas:

Para quem não sabe o que é VPN (do inglês Virtual Private Network, ou Rede Virtual Privada), trata-se de um serviço de segurança digital que se baseia na criptografia para proteger as informações pessoais de seus clientes. Como as VPNs conseguem ocultar o IP do usuário (trocando-o pelo IP de um servidor), elas podem ser usadas para dificultar a coleta de dados pelo fingerprinting.

A lógica é que, como os servidores são usados por vários usuários ao mesmo tempo, a associação direta entre um indivíduo, seus hábitos de navegação e seu endereço IP se torna impossível – afinal, o mesmo IP está sendo compartilhado por pessoas diferentes.

Para melhores resultados, neste sentido, o uso de provedores VPN populares é o mais aconselhável. O motivo é que não apenas eles possuem mais usuários, como também podem disponibilizar um número maior de servidores para nublar qualquer mecanismo que queira acompanhar seus hábitos na internet.

Para se manter oculto na multidão, a escolha mais segura é sempre se camuflar no meio das pessoas. Ao usar um navegador popular, você consegue fazer isso ao se misturar a milhões de usuários que usam o mesmo programa, o que dificulta a diferenciação do seu perfil.

Outra estratégia é também não instalar plugins nem fazer configurações adicionais no navegador. A razão é que, ao conservar o browser de forma mais “neutra” e “comum” possível, você consegue se mesclar à multidão de pessoas que, por não conhecerem muito de tecnologia, acabam usando o navegador em seu estado original.

A regra de ouro é não se destacar no meio da massa. Como a maioria das pessoas sempre acaba atualizando seus programas e dispositivos, deixar os seus desatualizados pode servir de fator diferenciador – facilitando a criação do seu perfil pelo fingerprinting.

Além disso, ter a versão mais recente de todas as suas ferramentas digitais é um passo fundamental para preservar a segurança dos seus dispositivos. Afinal, é com as atualizações que eles conseguem as últimas melhorias e reparos de falhas.

Os mecanismos de fingerprinting são executados em JavaScript. Então, ao desativar a função no seu dispositivo, teoricamente, você consegue uma forma de “proteção” contra a coleta de seus dados.

É importante notar, contudo, que o JavaScript é usado por muitos sites e plataformas para melhorar a experiência dos usuários. Logo, desligá-lo poderá impactar negativamente a sua navegação, com algumas páginas ou recursos não funcionando de forma adequada.

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