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*Por Dayse Mendes
Tem um filme que adoro que se chama Jogador nº 1. O título trata de um futuro não muito distante no tempo, 2045, em que Wade Watts prefere ficar imerso em um jogo de realidade virtual a viver sua vida real. E não é só ele. De um modo geral a sociedade escolhe não enfrentar o cotidiano caótico e degradado. As pessoas optam por utilizar seus recursos para melhorar sua vida virtual, mesmo vivendo sob péssimas condições no mundo real.
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Ao ver Mark Zuckerberg anunciar seu novo projeto, a transição do Facebook para Meta, comecei a refletir sobre o porquê de a primeira coisa a vir à minha mente ter sido Jogador nº 1. E listei uma série de possibilidades:
Vamos começar com a terceira possibilidade. O metaverso pode ser descrito como um mundo online no qual as pessoas podem jogar, trabalhar e se comunicar, utilizando de realidade virtual e aumentada.
Quem convive com o setor de games sabe que muitos deles caminham para essa ideia de mundo interativo, vide o Fortnite, o Roblox ou o Genshin Impact. E esse universo não se resume a possibilidade do usuário transitar entre várias realidades. A interação também se dá por meio de redes de empresas que passam a atuar em conjunto para possibilitar o desenvolvimento de tecnologias associadas às realidades virtual e aumentada.
Desta forma, termos como blockchain (sistema de rastreamento de informação), realidade mista (em que tecnologias permitem que não exista limite entre o que é real e o que é virtual) ou hub de realidade (um ambiente composto por realidade virtual, aumentada e mista), serão cada vez mais rotineiros em nossas vidas. Os avanços são visíveis, rápidos, irreversíveis e são buscados não só pelo Meta, mas também por outras organizações importantes como Google, Microsoft e Samsung
Querendo ou não, as pessoas serão inseridas nesse novo modelo de sociedade. Cada vez mais passamos mais tempo em redes sociais, jogos, interação online, uma vez que nos acostumamos ao uso de aplicativos e as facilidades proporcionadas pela internet e smartphones. Quem imaginaria, alguns anos atrás, que, para fazer brigadeiro, fosse possível consultar o celular, acessar a receita e ainda ter disponível um link para comprar os ingredientes necessários, que serão entregues em sua porta e serão pagos por interação bancária totalmente online?
E, é claro, o mundo virtual pode ser bem mais satisfatório do que a limpeza da casa ou as tarefas do trabalho, como tratar de vazamentos de informação e de acusações de que sua empresa é potencialmente prejudicial para a saúde mental de seus usuários, em especial dos jovens, vivenciadas há pouco pelo Facebook.
Dissimulação à parte, mais uma vez Zuckerberg nos propõe novas formas de interação social por meio do Meta. Imagino meus netos em uma aula de história, igual as que Wade Watts assistia, acessada em um hub de realidade, descobrindo que todas as formas de relacionamento que eles vivenciam surgiram porque um carinha de Harvard queria descobrir quais eram as meninas mais bonitas do campus.
*Dayse Mendes é mestre em administração, engenheira mecânica e professora do curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário Internacional Uninter
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