Recentemente, a palavra “metaverso” tomou conta de noticiários, conversas e redes sociais. Entretanto, apesar dessa popularidade, o grande público ainda conhece pouco sobre esse conceito e como ele influenciará a vida de todos e a tecnologia em geral nos próximos anos.
“O metaverso será um complemento da internet, possibilitando uma rede de simulações e mundos 3D renderizados em tempo real, que permitem que o usuário tenha identidade, objetos, realize pagamentos, estude, trabalhe e muito mais. Tudo isso de forma sincronizada e com número ilimitado de pessoas ao seu lado, cada um com sua sensação de presença”, afirma Helder Ferrão, gerente de marketing de indústrias da Akamai Technologies na América Latina.
Porém, como em todo avanço tecnológico, o metaverso expandirá o cenário de ameaças virtuais e trará desafios relacionados a malware, segurança DNS, encriptação, segurança API, dentre outros. Por isso, é importante que as empresas de tecnologia e cibersegurança comecem a se planejar desde já para lidar com o futuro.
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Mas o que é metaverso?
O termo ficou em alta em 2021 quando o Facebook afirmou que pretende se tornar uma empresa de metaverso em até 5 anos. O conceito começou a ser usado na década de 1990 e esteve muito presente no mundo dos games. Basicamente, a ideia se refere à possibilidade de imersão em realidades paralelas virtuais. O metaverso não é a real, mas conta com estruturas tecnológicas para simular realidades. Nesse contexto, as pessoas podem interagir entre si e simular quase todos os aspectos da vida real como trabalhar, estudar, comprar e se divertir.
Quais segmentos serão mais influenciados pelo metaverso?
Os segmentos de games, realidade aumentada, realidade virtual, redes sociais e criptomoedas são alguns que passarão por grandes transformações. Especialmente no mundo dos jogos, o metaverso já estava presente, ainda que de forma embrionária devido às limitações tecnológicas. Por causa desse pioneirismo, os games servem de inspiração para outras indústrias que queiram entender e investir no desenvolvimento da tecnologia.
A indústria de games tende a focar especialmente em quatro aspectos dos problemas de cibersegurança: acesso a contas de usuários, roubo de propriedade intelectual e exportação de dados sensíveis, trapaças e hacks em jogos, e ameaças por tempo de atividade (DDos, por exemplo). Segundo dados da Akamai, criminosos virtuais estão cada vez mais focados no setor, já que os usuários frequentemente realizam transações financeiras e possuem dinheiro nas contas.
Ainda de acordo com a Akamai, para se ter noção da importância dessa indústria, downloads feitos em videogames e atualizações de consoles contribuíram para um pico de aumento no tráfego global de 125% além da média durante o Natal.
Como o metaverso ditará as tendências do setor de tecnologia?
Primeiramente, para que a experiência de integração entre os metaversos seja a mais completa possível, as plataformas que os abrigarão devem ser compatíveis entre si. Por exemplo, o Facebook e o WhatsApp devem ser compatíveis com outras plataformas que o usuário venha a utilizar, maximizando a experiência virtual. Logo, a primeira tendência é que as empresas invistam cada vez mais na máxima integração possível entre apps, sites e outras plataformas.
Além disso, plataformas que permitem a reunião de usuários devem ganhar destaque, já que no metaverso será possível estudar, trabalhar e se divertir de forma 100% virtual, tendo a companhia de outros usuários e simulando experiências reais. A tecnologia também contribuirá para o crescimento do trabalho remoto no pós-pandemia.
Outra tendência observada será o aumento de pagamentos online com moedas virtuais, as chamadas criptomoedas. Essa tendência dinamizará ainda mais as compras online, especialmente os e-commerces, já que os usuários poderão consumir de forma conjunta músicas, filmes, séries e outros conteúdos disponíveis em serviços de streaming, além de comprar presentes para outras pessoas e emprestar entre si itens como e-books e roupas para os avatares.
Na visão de Ferrão a rotina de um usuário no metaverso será dinâmica. “Uma pessoa que tem um avatar poderá assistir a um jogo de futebol no estádio, comprar uma camiseta do seu time de coração e pagará por tudo com suas criptomoedas. Isso é só um exemplo, as possibilidades são tão numerosas e promissoras que não é possível prevê-las de imediato, mas é possível se preparar para recebê-las da melhor forma”, diz.
É visível como o metaverso pode revolucionar o modo como as pessoas interagem fisicamente e virtualmente. Nos próximos anos, a indústria de tecnologia deve acompanhar esse movimento e novas soluções para vários nichos de mercado – e claro, de cibersegurança – com certeza serão desenvolvidas, seja para computadores, seja para celulares, videogames e outros dispositivos que dependem da web.
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