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Desde que foi percebido que se pode fazer bastante dinheiro com a exploração da imagem de super-heróis em mídias bem além dos cinemas e dos quadrinhos, a expansão da temática para outras formas de entretenimento tem acontecido de forma gradativa. O passo natural para algo que ocupava as grandes telas uma vez ao ano, foi passar para o formato semanal de séries de TV em um processo de “renascimento” de algumas séries que chegaram no Brasil na década de 1990, como Lois & Clark.
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Dessa vez com Smallville, que foi lançada em 2001 e permaneceu nas telas de TV até 2011, foi vista a volta às origens do Super-Homem. Enquanto Lois & Clark optou por mostrar a rotina de Clark Kent e Lois Lane na Metropolis, Smallville levava o espectador de volta aos tempos pré-“cidade grande” na pequena cidade onde o kriptoniano e sua cápsula se colidiram com a Terra.
O interessante aqui é que, pelo menos no caso do Super-Homem, a série antecipou a tentativa de recolocar o herói nos cinemas. Já em 2006, no intervalo entre a quinta e a sexta temporadas de Smallville, foi lançado Superman – O Retorno – já contando no título do que se tratava a obra de cinema.
Pode até ser que o filme não inspirou nos espectadores os ânimos que obras anteriores de heróis diferentes conseguiram trazer. Mesmo com Superman – O Retorno trazendo de volta o Super-Homem para outras mídias, como jogos de videogame e de roleta online que são altamente inspirados em temáticas de super-heróis e cenários famosos, isso não compensaria ainda a falha em trazer pelo menos um bom retorno financeiro em cima dos 270 milhões de dólares gastos na produção do filme.
Só que, como visto, Smallville sobreviveria a esse baque. A DC propriamente dita não perderia também as esperanças em seus super-heróis saindo dos quadrinhos e virando filmes e séries de TV. Os filmes de Batman ainda traziam elogios de público, da crítica especializada e também grandes receitas de bilheteria. Mais a frente, outras séries com um tom um pouco mais sombrio comparado ao de Smallville – que era em sua base um seriado para jovens e adolescentes – viria à tona.
Vieram seriados como Arrow e The Flash, cujo sucesso faz com que se mantenham no ar desde 2012 e 2014, respectivamente. Mais a frente, no esforço de expandir não só o Universo DC nos cinemas, mas também os que foram criados para a televisão, várias séries começaram a sair do forno.
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— DC Universe (@TheDCUniverse) 3 de abril de 2019
Nessa linha, Supergirl e Legends of Tomorrow se integraram ao universo de Arrow e The Flash. Gotham começou a contar mais a fundo as histórias de origem tanto do Batman quanto de grande parte dos principais vilões da franquia, desde a Mulher-Gato até o Curinga. Também viraram séries dos Jovens Titãs, com a Titans e os derivados Doom Patrol e Swamp Thing.
Hoje, são nove séries que tem inspiração em obras da DC. Enquanto isso, a Marvel conta apenas com quatro, como Legion, que já está em sua última temporada. Além da enxurrada de séries lançadas em parceria com a Netflix que também foram descontinuadas.
Assim, fica bem claro que as forças da DC estão na televisão, enquanto que a Marvel continua seu domínio nos cinemas. Esse “equilíbrio” não significa que as rivais estão satisfeitas, pelo contrário. A disputa continuará acirrada nesses dois mercados, com vários filmes e séries em processo de produção e lançamento num futuro nem tão distante.
Não se sabe ainda quem sairá vencedor nessa guerra. Se é que sairá. O que se sabe é que, nesse cenário ultracompetitivo, quem quase sempre sai vitorioso é, de fato, o consumidor.