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Eleições e redes sociais: dicas para usar corretamente a internet no período

Créditos: DepositPhotos
6 junho, 2022
Da Redação, com assessoria

Em 2022, serão realizadas as eleições presidenciais. Um dos maiores debates das campanhas, porém, não gira em torno de temas como economia ou política, mas, sim, das ferramentas que podem ser utilizadas para impulsionar a visibilidade de candidatos na internet ou para espalhar notícias falsas. Leo Soltz, CEO da One Big Media, mediatech especializada em impulsionar criadores de conteúdo, sinaliza que, para evitar o uso indevido de redes como WhatsApp e Instagram, será necessário um entendimento grande sobre público, algoritmos, educação e impulsionamento.

Há alguns meses, por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o bloqueio do aplicativo russo de mensagens Telegram em todo o Brasil. Entre outras alegações, apontou que o app não possuía mecanismos para o combate à desinformação e à divulgação de notícias fraudulentas – as chamadas fake news. Na mesma semana, o ministro revogou a decisão e o Telegram foi liberado – não antes de determinar um responsável legal no País. O que ficou claro, porém, é que as eleições de 2022 devem ter um olhar muito forte voltado ao uso de redes sociais nas campanhas, com os candidatos e os próprios programas se tornando responsáveis caso não colaborem com o combate à desinformação.

A seguir, Leo compartilha pontos que devem ser considerados no funcionamento de cada plataforma e como garantir o uso correto delas até o final da eleição.

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Algoritmos são os impulsionadores: é preciso saber usá-los

Toda rede social, independentemente de como funcione, tem um denominador comum: depende do algoritmo para ganhar alcance. A tecnologia é responsável por determinar quais conteúdos e quais páginas têm mais destaque para o público das redes. Na prática, os algoritmos são desenvolvidos para escolher as notícias mais atraentes aos olhos de cada usuário. Se uma determinada pessoa gosta de publicar notícias falsas, que tendem a se disseminar rapidamente, o algoritmo vai impulsionar informações semelhantes para que estas cheguem a ele.

“Como, então, usar o algoritmo no combate à disseminação de notícias falsas? Fazendo com que atue a favor de notícias verdadeiras”, diz o CEO da One Big Media. “A leitura de pontos de vista contrários aos que estamos habituados, por exemplo, fará o algoritmo trazer novos tipos de informação para o usuário. Dessa forma, ele terá material diversificado em mãos para poder avaliar qual é o conteúdo verdadeiro e qual o falso, que não deve ser disseminado. Outra sugestão é usar os serviços de forma anônima, pois isso impede que as plataformas rastreiem seus conteúdos de interesse, freando um pouco a atuação algoritmica.”

“Precisamos conscientizar as pessoas com campanhas institucionais de que, além de termos as notícias disponibilizadas pelas redes sociais, faz-se necessário darmos um passo à mais rumo ao conhecimento, não nos deixando levar apenas por notícias compartilhadas ou primeiras páginas de portais”, acrescenta Leo. “Agora é a hora de nos posicionarmos, oferecendo informações consistentes para que nossa liberdade de expressão não seja cerceada ou minimamente confundida como fake news. Recomendo ainda filmes em que esse tema foi bastante destacado, como ‘O Dilema das Redes’ e ‘A Privacidade Hackeada’”, completa.

Ferramentas precisam ter mecanismos de proteção

“Não podemos garantir que todo usuário de uma rede social será ético e correto. O que podemos fazer é criar soluções para que ferramentas e pessoas combatam questões como as fake news e até mesmo discursos inflamados”, diz o especialista. “Dessa forma, para ter a sua operação validada, um caminho é exigir que as mídias tenham a possibilidade de frear esse mau uso. No Twitter, por exemplo, medidas foram implementadas há alguns anos para reduzir problemas que poderiam ser gerados pelo compartilhamento de notícias falsas. A Meta, por sua vez, tem trabalhado forte para derrubar fake news – mais de 1 milhão de conteúdos envolvendo desinformação sobre a pandemia foram retirados do ar desde março de 2020. E o mesmo deve ser feito nas eleições: devemos ver muitas notícias falsas sendo retiradas dessas plataformas ao longo dos próximos meses, como medida que evita a proliferação das informações não verídicas.”

Por meio do PL 2.360/2020, o Congresso Nacional vem buscando uma forma de construir elementos para o entendimento algorítmico. A grande pergunta está em até que ponto tais aplicativos conseguiriam chegar quando se trata de encontrar responsáveis pelas notícias compartilhadas. Encontrar rapidamente quem promove o ato gerador é fundamental para haver menos reverberação sobre o tema, além do fato de que responsáveis poderiam ser julgados civil e criminalmente, evitando, assim, os movimentos lentos ou até mesmo generalistas que podem retirar do ar opiniões justas.

Redes sociais vieram para ficar

As redes sociais são ferramentas que cada vez mais têm peso no dia a dia e, a cada quatro anos, numa eleição presidencial. Logo, é preciso que público, candidatos, tribunais eleitorais e demais interessados em uma votação limpa e transparente, trabalhem para que o bom uso das mídias seja implementado. Um ponto também relevante está em quem fará essa gestão da informação. Ter uma entidade plural atuando em prol do uso adequado das mídias seria o ideal, pois evitaria-se os excessos em seu uso e a liberdade de expressão estaria garantida.

“Antes, as eleições se apoiavam muito em jornais, revistas e televisão, meios de comunicação de massa que exerciam muita influência sobre a sociedade e possibilitavam viradas durante a corrida. Porém, a forma de consumo da informação mudou. Assim, é preciso repensar as regras e limites que as redes sociais terão ao serem usadas como ferramenta eleitoral, da mesma forma que ocorreu com os demais formatos antes majoritários em campanhas”, finaliza Leo.

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