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O primeiro filme da franquia Jurassic Park estreou em 1993 e colocou os dinossauros no imaginário popular do mundo todo. No longa-metragem, esses animais, que viveram na Terra há mais de 66 milhões de anos, são recriados por meio de uma amostra de DNA retirada de um mosquito preservado em um fóssil de resina de plantas, chamado de âmbar. Apesar de no mundo real ser possível estudar DNA encontrado em fósseis, reviver dinossauros como na história não é provável.
“Estudos recentes mostraram que, a cada 521 anos, o DNA perde metade da sua informação. Isto é, metade da sua sequência de nucleotídeos é degradada. E mais: os pesquisadores estimaram que o DNA dure no máximo 6,8 milhões de anos – muito menos tempo que a idade dos últimos dinossauros da Terra”, explica Ágatha Faria, doutora em genética humana e representante da equipe de conteúdo do meuDNA.
A especialista conta também que, apesar de não ser possível reviver dinossauros, cientistas conseguem analisar o genoma de animais já extintos e até estudam uma forma de recriar mamutes extintos há 4 mil anos.
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*Alerta: a seguir, há spoilers sobre a trama de Jurassic World: Domínio
Além da já conhecida forma de reviver dinossauros vista nos outros filmes da franquia, em Jurassic World: Domínio a genética ganha ainda mais destaque. Neste último filme, que estreou este ano, os bichos coexistem com os humanos. A presença deles não é o maior problema, mas, sim, a série de experimentos genéticos que incluem clonagem humana, edição gênica e organismos geneticamente modificados que ameaçam a vida na Terra.
Quem retorna ao filme é a personagem adolescente Maisie Lockwood, que no filme anterior, Jurassic World: Reino Ameaçado, já havia sido revelado ser clone de Charlotte Lockwood, geneticista que ajudou a criar Jurassic Park. Em Domínio, o espectador descobre que, além de ter feito uma clonagem de si mesma, Charlotte editou o genoma de Maisie para livrá-la da doença genética que a acometia.
Beta, por sua vez, é a nova personagem da franquia. A bebê dinossauro é filha de Blue, velociraptor que, por possuir sequências de DNA de lagartos-monitores, tem um genoma capaz de se reproduzir assexuadamente (sem a necessidade de encontrar um parceiro) por um processo que, em biologia, é chamado de partenogênese. Esse acontecimento também foi uma surpresa no filme.
Na vida real, a clonagem é possível e trata-se de uma técnica capaz de fazer cópias geneticamente idênticas de seres vivos. Nesse contexto, o caso mais emblemático é o da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado a partir de uma célula somática adulta, cujo anúncio foi feito em 1997.
A edição do DNA também já é uma realidade. Em 2020, Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna foram laureadas com o Nobel de Química pelo desenvolvimento da técnica de CRISPR-Cas9, que permite editar trechos específicos do DNA.
O desejo da comunidade científica é poder usar essas e outras técnicas de engenharia genética para curar doenças e melhorar a saúde. Porém, assim como no filme, tanto a clonagem de humanos, como a edição gênica em células germinativas ainda não são realidades. Pelo contrário, são proibidas e temas de muitas discussões éticas.
Beta e Maisie são, portanto, dois seres vivos geneticamente modificados, clones, resultados de autofertilização de suas mães. No mundo real, seriam objetos de desejo da ciência. Na trama, são cobiçadas por um vilão em busca de poder. As duas são sequestradas por mercenários a mando do CEO da Biosyn, uma grande empresa de biotecnologia especializada em engenharia genética.
Falar do impacto da clonagem humana e de animais pré-históricos no mundo já geraria bastante discussão sobre a revolução da genética. Porém, o filme trouxe outro tópico polêmico: o impacto de organismos geneticamente modificados no ecossistema – com uma narrativa bíblica-apocalíptica.
Na trama, a Biosyn recria uma espécie de gafanhoto-gigante proveniente da Era Cretácea, capaz de destruir o suprimento de alimentos do mundo, dizimando todas as plantações que não sejam da própria Biosyn. Há indícios de que gafanhotos viveram durante a Era Mesozoica e conviveram com os dinossauros. Porém, não eram tão grandes como os de Jurassic World: Domínio. Por outro lado, pesquisas na área agrícola para controle biológico de pragas utilizando edição genética já são realidade.
Para finalizar a trama genética, acabar com os gafanhotos pré-históricos e salvar o ecossistema global, Henry Wu, geneticista responsável por reviver dinossauros, estuda o DNA de Maisie e de Beta e cria um patógeno viral, que altera o DNA desses gafanhotos e evita, assim, a extinção humana.
Apesar de ser um filme de ficção, Jurassic World: Domínio levanta muitos temas atuais da genética e genômica. É fato que ainda não dá para reviver dinossauros ou outros animais extintos, mas já é possível descobrir muitas coisas a respeito de si mesmo com testes genéticos, como o meuDNA Premium.
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