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Por Anthony Giandomenico*
As férias são momentos de diversão e, muitas vezes, de viagens para curtir a família e os amigos. Se você vai ficar no Brasil ou passear pelo mundo, é muito provável que você estará com seu notebook, além do smartphone. Isso significa que, provavelmente, você precisará usar a rede wi-fi pública do hotel ou dos cafés próximos. Contudo, se os seus dispositivos não tiverem passado por uma ‘higiene’ de cibersegurança, você pode estar aberto a uma série de ameaças virtuais.
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Pense nos ciberataques como se fossem vírus ou bactérias. Antes que as pessoas soubessem a causa das doenças, a higiene pessoal era muito diferente. Os cirurgiões não lavavam as mãos antes de operar, nem os cozinheiros antes de preparar uma refeição. As doenças se espalhavam rapidamente entre as pessoas. Quando a ciência médica começou a entender o papel dos organismos microscópicos nas doenças e como a higiene básica poderia impedir sua disseminação, as pessoas começaram a lavar as mãos regularmente. A doença deixou de se espalhar tão facilmente.
Em resumo, os ciberataques são possíveis porque as pessoas não estão adotando uma boa higiene tecnológica. Não existem requisitos legais que exijam proteção contra cibercriminosos para os dispositivos conectados que você compra. Isso significa que o consumidor tem a responsabilidade de proteger seus equipamentos conectados.
Abaixo, confira quatro elementos de cibersegurança sobre os quais você pode assumir o controle para aumentar consideravelmente a probabilidade de manter seus dados e dispositivos seguros:
1. Pratique boa higiene na rede wi-fi
A rede de wi-fi pública está cheia de perigos. Suas comunicações online podem ser interceptadas de várias maneiras. Um dos ataques é o man-in-the-middle (homem intermediário). Nesse cenário, alguém em local público, por exemplo, uma lanchonete, nomeia seu dispositivo como “WiFi Lanchonete X”. Quando você se conecta a ele, ele conecta seu dispositivo à internet e depois captura todo o tráfego entre você e os sites que você visita, por exemplo, uma compra online. Então ele tem seus detalhes de pagamento, endereço, informações de login, etc.
Para evitar a intercepção de seus dados confidenciais, use sempre um provedor de rede privada virtual (VPN) seguro e confiável em qualquer rede de wi-fi aberta. Se você se conecta em locais públicos com frequência, existem vários serviços de baixo custo ou gratuitos que garantem conexão sempre protegida.
Outra prática recomendada é garantir conexão segura ou criptografada sempre que estiver online em um local público ou quando estiver fazendo uma transação financeira ou privada. Veja a barra de endereço no seu navegador e verifique se o endereço começa com http://, e não http://, o que significa que as transações estão protegidas usando criptografia SSL. É importante ativar a criptografia SSL, mas ela só funciona em comunicações seguras em trânsito.
Outra dica: desative o recurso de conexão wi-fi automática em seu dispositivo. Caso contrário, se você se conectar a um ponto de acesso mal-intencionado, seu dispositivo pode lembrar dele e se conectar automaticamente a ele quando estiver disponível.
2. Crie senhas fortes
O que mais possibilita invadir as contas das pessoas é que, geralmente, elas usam a mesma senha em suas várias contas. Então, pela milionésima vez, pare de fazer isso. No mundo rápido e sempre conectado da atualidade, pode ser cansativo usar 50 senhas diferentes, únicas e fortes, mas isso não precisar ser tão chato. Existem serviços como o LastPass, que ajudam a gerenciar todas as suas senhas. Você só precisa se lembrar de uma senha mestra única. Essa tecnologia também cria automaticamente senhas fortes aleatórias para cada aplicativo que você precisar acessar e armazena todas elas em um formato criptografado. Baseada na segurança que utiliza senhas únicas está a abordagem de autenticação de dois fatores, que é discutida no próximo item.
3. Use autenticação de dois fatores
Cada vez mais aplicativos estão exigindo dois ou mais fatores na autenticação de seus usuários. Não lute contra esse sistema, adote-o. Você pode pensar: “Que chato isso” quando o sistema pedir uma segunda comprovação da sua identidade, mas isso não se compara à dor de cabeça causada pelo vírus que pede resgate ou roubo de identidade. Sim, leva mais tempo para que um código de segurança seja exibido em seu smartphone e, em seguida, para você inserir esse código, mas esse curto tempo de espera mantém você, suas contas online e seus dados pessoais seguros.
4. Encontre vírus e malware
Instale software antivírus e antimalware, mantenha-o atualizado e execute-o regularmente. Porém, faça sua lição de casa primeiro. Existem produtos que fingem ser ferramentas de segurança, mas são malwares disfarçados – uma armadilha inteligente e irônica. Como nenhum software é 100% eficaz, realize uma verificação regular, por exemplo, uma vez por mês deve ser suficiente, e use uma segunda ou terceira solução de segurança que faça uma varredura no seu dispositivo ou rede. A maioria dos softwares antimalware vem com um firewall; não esqueça de habilitar esta proteção adicional.
*Estrategista Sênior de Segurança da Fortinet