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Pequenos pés, grandes ambições: conheça a história da marca especializada em sapatos 33 e 34

30 maio, 2017
Marcella Blass

Não conseguir comprar uma peça de roupa imprescindível para uma ocasião importante pode trazer uma série de transtornos. Agora imagine enfrentar esse perrengue todas as vezes, sem exceção, que precisar comprar um novo par de sapatos. Por muito tempo, essa foi a realidade da gestora Tania Gomes.

Dona de pés no tamanho 33, ela atingiu o ápice da frustração com a sua numeração após ter que comprar uma sandália em uma loja de calçados infantis. “Eu me senti totalmente excluída. No dia, mandei a lojista jogar a caixa no lixo, não quis nem mesmo a sacola”, lembra. Contudo, no fundo, ela sabia que a culpa não era das lojas, mas sim da indústria calçadista.

Crédito: Omar Paixão/Editora GloboDa frustração à inovação
Tânia Gomes, CEO da 33e34.

Na volta para casa, o marido questionou se não seria menos estressante fazer esse tipo de compra pela internet. Foi ai que ela descobriu que não havia nenhuma loja especializada no segmento de sapatos femininos em numerações pequenas no Brasil. Por oportunidade (e, talvez, intuição), Tania decidiu registrar o domínio 33e34, mas a ideia acabou adormecendo.

Da frustração à inovação

Em 2014, depois de um período sabático em Nova York e uma imersão na varejista online de calçados Zappos, Tania voltou ao Brasil com o desejo de empreender. Ainda com o trauma do sapato infantil na cabeça e o domínio do site nas mãos, ela decidiu que era hora de partir para uma pesquisa de mercado. E foi quando descobriu que ele era imenso.

O panorama era o seguinte: existiam cerca de cinco milhões de mulheres brasileiras calçando entre 33 e 34, com um potencial de venda de 25 milhões de pares de sapato por ano, e simplesmente nenhuma empresa especializada nesse segmento. Assim nascia a 33/34, a primeira marca brasileira voltada para o público feminino com os pés pequenos. Mas a falta de concorrência direta não levou a loja ao sucesso instantâneo.

Na primeira reunião com os investidores, tudo o que a gestora tinha era um Power Point, seus três sócios – Luis Pavão, Rodrigo Cruz e Tiago Luz, o marido – e a pesquisa de mercado para mostrar que a ideia era viável. Na época, para por um ponto final nas dúvidas, alguns investidores chegaram a visitar shoppings para checar a oferta da numeração nas lojas.  O que aconteceu foi que eles só comprovaram o que Tania já estava cansada de saber: essa era uma demanda reprimidíssima. O apelo deu certo e a 33/34 conseguiu ajuda para captar o seu primeiro investimento.

Acolher e empoderar

“Eu tenho ciência que mais do que um problema de mercado, trabalho com uma questão genética”, destaca. Ela lembra que uma adolescente alcança a numeração por volta dos 15 anos e vai levá-la durante o resto da vida. O objetivo da marca é ser sempre democrática e acompanhar o desenvolvimento dessa menina em mulher – e todos as fases que acompanham esse processo.

É nessa mesma pegada que Tania prefere que sua loja física seja chamada de Experience. Inaugurada em outubro de 2016, o propósito dessa ‘experiência’ é permitir que as mulheres que calçam 33/34 sintam-se verdadeiramente inseridas e empoderadas, tendo uma loja todinha à sua disposição.

Por já ter sentido na pele a realidade de suas clientes, Tania acredita que as marcas precisam trabalhar para afetar a vida dos clientes de forma especial, pois é o retorno dessas pessoas que manterá o empreendedor sempre motivado. Agora, trabalhando com 16 marcas e mais a fabricação própria, a 33/34 está em um novo round para captação de investimento para ampliar os negócios.

Para o futuro, o plano é abrir mais Experiences nas grandes cidades brasileiras e, quem sabe, quebrar fronteiras para começar a democratizar a experiência de calçado de moças na América Latina também. Afinal, como já provou a Cinderela – e a própria Tania – um sapato pode mudar completamente a vida de uma mulher.

Quem também está fazendo…

Assim como a 33e34, outras empresas têm dedicado seu trabalho a nichos muito específicos do mercado. A seguir, você confere três exemplos 100% brasileiros:

Apimelo – especializada em equipamentos e materiais para apicultura, a loja é fruto do trabalho da Apimelo Apicultura, criada em 1980. O e-commerce vende tudo o que um apicultor precisa para o dia a dia da profissão, indo de acessórios e vestimentas até colmeias, ceras e embalagens para transporte e venda do mel.

O Barbudo – totalmente dedicada aos homens barbudos, o site oferece uma linha completa de cosméticos exclusivos para os cuidados com a barba e o bigode. No site, é possível comprar shampoo (para barbas loiras, ruivas e escuras), cera para modelar, óleo, balm e até pentes específicos para cuidar os pelos do rosto.

Viciado em Pimenta – a loja virtual foi criada por Fábio Tuma, que produz, em Monte Alegre do Sul (SP), a pimenta mais forte do mundo: a Carolina Reaper. Pelo site, os corajosos podem adquirir a ardidona em natura, no molho, na geleia, em extrato, azeite e muito mais. O Viciado em Pimenta também vende outras variedades de pimenta, como a Trinidad Scorpion Moruga, Vicnic 1313 e Bhut Jolokia.

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