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10 filmes e séries para entender a importância do compliance

O termo compliance vem do inglês “to comply” e significa “estar em conformidade”. Na prática, é o setor que visa proporcionar segurança e minimizar riscos de instituições e empresas, garantindo o cumprimento de atos, regimentos, normas e leis estabelecidas interna ou externamente. A inclusão do compliance pode trazer impactos positivos e uma série de benefícios às companhias, como atrair profissionais que pretendem fazer investimentos em empresas sólidas sem o risco de se envolver em escândalos.

“Trata-se não apenas de imposições jurídicas de conformidade com normas internas e externas, mas também de um aculturamento empresarial ético, válido para companhias de todos os portes e segmentos. Ao adotar práticas de engajamento, a instituição se fortalece, coibindo eventuais comportamentos inadequados, que podem manchar sua reputação”, aponta Thais Takagi, analista de compliance da Tecnobank.

Para ajudar quem tem interesse no assunto, especialistas do tema no Brasil fizeram indicações de filmes e séries que mostram o compliance (ou a falta dele) na prática. Confira!

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1. The Corporation (2003)

O documentário descreve o surgimento das grandes corporações como pessoas jurídicas, e discute, do ponto de vista psicológico, que tipo de pessoas elas seriam. Ganhou 26 prêmios e bons comentários do lado conservador, como da revista “The Economist”, que o chamou de “um ataque surpreendentemente racional e coerente à instituição mais importante do capitalismo”. “A obra é fundamental para que se tenha a real dimensão da magnitude dos riscos sociais que as grandes empresas adquiririam o potencial de gerar nas últimas décadas. Para quem trabalha com programas de prevenção de ilícitos em empresas, deve-se ter como premissa conhecer profundamente o contexto em que está inserido”, conta Gustavo Scandelari, coordenador do Núcleo Criminal na Dotti Advogados.

2. Enron: Os mais espertos da sala (2005)

Este documentário apresenta a ascensão e queda da corporação do ramo de energia e gás natural Enron, a sétima maior empresa dos Estados Unidos, envolvida em um esquema mascarado por uma fraude contábil. A falência da empresa foi decretada em 2001 e deixou saldo de 20 mil desempregados e US$ 1 bilhão na conta dos responsáveis pela fraude.

As filmagens consultam analistas econômicos e ex-empregados, que denunciam Kenny Lay e Jeff Skilling como os cabeças do escândalo. A obra mostra também o envolvimento da empresa com a crise energética da Califórnia, decorrente da desregulamentação do sistema elétrico. “O documentário relata como surgiu a Lei SOX e o enredo, baseado em fatos reais, retrata a importância da governança no mundo corporativo”, ressalta Luciana Sterzo, superintendente jurídica da Tecnobank.

3. Breaking Bad (2008–2013)

Breaking Bad retrata a vida do químico Walter White. Após ser diagnosticado com câncer no pulmão, ele sofre um colapso emocional e abraça uma vida de crimes para pagar as dívidas hospitalares e dar uma boa vida aos filhos. Ele passa a produzir metanfetamina de alta pureza e acaba virando um drug lord.

Amplamente considerada uma das melhores séries da história, recebeu inúmeros prêmios, incluindo 16 Emmy Awards, oito Satellite Awards, duas premiações do Globo de Ouro e um Prêmio Escolha Popular. Em 2014, entrou para o Livro dos Recordes como o seriado mais bem avaliado de todos os tempos pela crítica.

4. Inside Job (2010)

Este documentário retrata os lados obscuros de Wall Street. Narrado por Matt Damon e indicado ao Oscar, revela verdades incômodas da pior crise já vista desde 1929. Baseado em uma extensa pesquisa e séries de entrevistas com políticos, economistas e jornalistas, a obra mostra as corrosivas relações de governantes, agentes reguladores e a Academia – e expõe também uma teia de mentiras e condutas criminosas que prejudicaram a vida de milhões de pessoas, principalmente por conta de cobiça, cinismo e farsas. Os causadores de tudo isso permanecem dando as cartas na mesa.

5. Client 9 (2010)

Documentário sobre o escândalo de Eliot Spitzer, uma estrela em ascensão dentro do Partido Democrata. Conhecido como um político de bom senso, renuncia ao cargo de governador de Nova York, com apenas um ano de mandato, devido ao seu envolvimento em um escândalo sexual.

6. Clube de Compras Dallas (2013)

O drama retrata a luta de um boiadeiro do Texas que vê a sua vida descontraída, virada do avesso quando é diagnosticado com AIDS e lhe dão 30 dias de vida. Determinado a sobreviver, ele decide agir pelas suas próprias mãos, rastreando tratamentos alternativos em todo o mundo por meios legais e ilegais. “O filme mostra um caso polêmico e verídico ocorrido nos Estados Unidos em que houve ausência de integridade na conduta de grandes empresas farmacêuticas e órgãos de controle estatal na regulamentação, fiscalização e punição de um cidadão que importava ilegalmente medicamentos contra o HIV. Uma bela lição sobre a exigência do compliance em todos os setores da sociedade”, afirma Fernando Mânica, professor do mestrado em Direito da Universidade Positivo.

7. A Grande Aposta (2016)

Com um time que reúne astros como Ryan Gosling, Christian Bale, Brad Pitt e Steve Carell, o filme retrata a história real de um grupo de investidores que “apostou” contra os bancos em 2008 e conseguiu ganhar muito dinheiro com o estouro da crise financeira. “Um dos pontos fortes é que ele consegue explicar o tema, para quem não sabe o que foi esse período, de forma bem didática”, conta Patricia Godoy, diretora de Ética e Compliance e acadêmica da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP).

8. Ozark (2017–)

A série é estrelada por Jason Bateman, que interpreta um planejador de finanças, e Laura Linney, que faz a sua esposa, uma dona de casa que se transforma em agente imobiliária. O personagem principal desloca a família de um subúrbio de Chicago para uma comunidade de resort de verão situada nos montes Ozark, Missouri. Após um esquema de lavagem de dinheiro fracassar, ele acaba ficando em dívida com um traficante de drogas mexicano. “Usei essa série várias vezes em treinamentos de combate à lavagem de dinheiro”, ressalta Patricia Godoy, diretora de Ética e Compliance e acadêmica da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP).

9. Dirty Money: Na rota do dinheiro sujo (2018)

Documentário em formato de minissérie que aborda os grandes escândalos de corrupção corporativa nos Estados Unidos. Ao todo são seis episódios, sendo que cada um se concentra em um exemplo de corrupção corporativa e inclui entrevistas com os principais participantes da história. São tratados, por exemplo, o caso de fraude no dispositivo catalisador de veículos a diesel da Volkswagen, e a ligação do HSBC com lavagem de dinheiro do tráfico de drogas no México.

“A série traz um importante panorama das formas pelas quais a falta de mecanismos de integridade efetivos favorece práticas que prejudicam toda a coletividade”, comenta Luciana Sterzo, superintendente jurídica da Tecnobank. Segundo ela, Dirty Money mostra do que o capitalismo é capaz quando seus limites não ficam claros. Empresas fazem bilhões enquanto a população perde, muitas vezes, sem nem mesmo saber, e acabam virando apenas peças que geram lucro.

10. A Lavanderia (2019)

“A Lavanderia” se propõe a retratar o escândalo dos Panama Papers, um vazamento de proporções gigantescas ocorrido em 2016, cujos dados sigilosos mostraram como um escritório de advocacia no Panamá dava respaldo legal para a criação de milhares de empresas, sendo que muitas delas eram usadas para evasão fiscal e lavagem de dinheiro.

Dirigido pelo ganhador do Oscar, Steven Soderbergh, o longa se propõe a explicar de forma didática como o esquema fraudulento funcionou. Para isso, ele coloca os dois advogados, cujo escritório está no centro do escândalo, para falar com o espectador, mostrando, com um sarcasmo genuíno, como funcionava o sistema formado por crédito suspeito, evasão de impostos, juros, contas offshore, sonegação e lavagem de dinheiro. Tudo mastigadinho para que até o mais leigo dos espectadores entenda.

“O filme mostra como essas fraudes afetam a vida de pessoas comuns e como a adoção de mecanismos mínimos de integridade poderiam evitá-las”, avalia Francisco Zardo, sócio e coordenador do Núcleo de Direito Administrativo da Dotti Advogados.

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