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Com o crescimento do uso de mídias sociais durante a quarentena, como o Tik Tok, é provável que os abusadores estejam propensos a abordar as crianças. Seis em cada dez pais brasileiros (63%) temem que as fotos de seus filhos sejam vistas por abusadores sexuais e que eles os contatem nas mídias sociais, segundo uma pesquisa da empresa de segurança Avast.
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No início deste ano, a companhia apoiou um documentário tcheco intitulado “V Siti”, “In the Net”, no qual três atrizes adultas interpretaram ser garotas de 12 anos, em três quartos projetados para parecerem ser quartos típicos de meninas dessa faixa etária. Foram criados perfis na mídia social para as meninas e documentado o que aconteceu com elas ao longo de dez dias. Durante esse período, as duas meninas foram contatadas por 2.458 possíveis abusadores sexuais.
A abordagem – por meio da qual os abusadores sexuais ganham a confiança de um menor de idade para conhecê-lo ou coagi-lo a compartilhar um conteúdo online de cunho sexual – é difícil de controlar. O motivo: as pessoas usam táticas de engenharia social para obter a confiança dos mais novos.
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Ao invés de usar uma tática de phishing ou de arquivo ou link malicioso em um e-mail que o software antivírus pudesse detectar e bloquear, a abordagem é feita via bate-papo online ou através de mensagens eletrônicas. Portanto, é quase impossível rastrear sem que a abordagem à vítima aconteça.
“Isso pode causar várias questões como crianças ou adolescentes confiando em estranhos, adultos manipulando crianças e abusando sexualmente”, explica Julia Szymanska, embaixadora de segurança infantil da Avast.
Dicas de Proteção
Julia Szymanska, embaixadora de segurança infantil da Avast, aconselha os pais para que expliquem os riscos existentes no mundo digital aos menores. Dessa forma, eles podem reconhecê-los e também compartilhar sinais com seus pais de que foram vítimas da abordagem de um abusador. Veja outras dicas práticas.
– Os pais devem evitar deixar seus filhos se conectarem à internet sem a presença deles. É sempre conveniente ter um adulto de confiança por perto das crianças quando estiverem online, para que possam consultá-lo e para que os pais estejam atentos ao que o menor está fazendo no universo digital.
– Os pais devem verificar, ocasionalmente, o que as crianças estão fazendo na internet e incentivar conversas regulares sobre a segurança online.
– É fundamental que os pais conversem com os seus filhos, mas também é relevante que as crianças e adolescentes aprendam habilidades técnicas na escola. Desde cedo, as crianças precisam aprender como é o phishing, como reagir se um estranho enviar uma mensagem nas mídias sociais, quais configurações de privacidade devem ser definidas e as razões de serem importantes e como lidar melhor com o cyberbullying.
– Dentre os sinais de que uma criança está sendo abordada por um abusador incluem mudanças radicais no comportamento do menor, por exemplo: se está ansiosa, nunca deixa o seu celular sem vigiá-lo ou frequentemente “desaparece” (se esconde) com seu dispositivo móvel.
– Os pais que observarem comportamento suspeito devem criar uma atmosfera acolhedora para o seu filho, criando oportunidade para uma conversa franca. A primeira reação dos pais pode ser crucial: ao invés de vez de banir na internet, os pais devem ajudar a criança a obter apoio profissional e incentivá-la a se abrir sobre suas experiências.
– Caso a suspeita de um dos pais seja comprovada, é essencial guardar as evidências das conversas inapropriadas e denunciá-las à polícia. Normalmente, os abusadores abordam várias crianças ao mesmo tempo, e esse tipo de evidência pode ser crucial para interromper os abusos.
A internet pode parecer um mundo a ser descoberto para as crianças, mas é importante que elas aprendam que tudo o que acontece no digital, em seus tablets, smartphones e computadores, pode ter consequências no mundo real.
As crianças são muito inteligentes e muitas medidas técnicas adotadas pelos pais, os filhos certamente podem descobrir como contorná-las. Por isso, é essencial que os pais conheçam os riscos existentes e não confiem demais nas medidas técnicas que tomaram para proteger os seus filhos, o tempo todo.
“Os pais devem sempre estar próximos de seus filhos e discutir abertamente com eles sobre os potenciais riscos antes que algo aconteça”, diz Szymanska.