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Como o PIX pode ajudar o desenvolvimento social dos desbancarizados

13 janeiro, 2021
Da Redação, com assessoria

*Por Alessandro Ericsson, CEO da NAVA Technology for Business

O meio de pagamento PIX começou a funcionar integralmente em 16 de novembro em todo o território nacional. Com isso, suas funcionalidades e praticidades começam a ser operacionalizadas e utilizadas por clientes e estabelecimentos. Mas, além dessas facilidades, uma importante parcela da população também deve ser amplamente beneficiada pelo novo método: os desbancarizados.

Nesse sentido, podemos observar algumas transformações sociais que o PIX deve trazer para os desbancarizados – que, antes da pandemia de covid-19, somavam aproximadamente 45 milhões de brasileiros. Pensando nessas pessoas, elenco mudanças exponenciais que o novo método de pagamento trará para alavancar o desenvolvimento social.

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Primeiramente, a dependência do dinheiro “físico”, que deve diminuir exponencialmente nos próximos anos. Segundo o World Payments Report, o Brasil é o quarto maior mercado a realizar transações sem dinheiro em espécie: ficamos atrás apenas dos Estados Unidos, da Europa continental e da China. Ainda assim, 47% das transações de pagamento no País são feitas em dinheiro. Outra pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva mostra que 71% dos entrevistados usam dinheiro como principal meio de pagamento e, dessa parcela, 45 milhões não eram bancarizados antes da pandemia. Observamos que, com a chegada do PIX e os celulares sendo hoje o centro das transformações, essas pessoas, que não têm um banco como parceiro, começarão a usar o PIX como principal meio de pagamento, tornando a dependência do dinheiro “físico” e cartões desnecessária ao longo do tempo.

Esse movimento levará a outra mudança que atingirá parte da população que nunca teve a oportunidade de contar com produtos bancários. Agora, ao se cadastrar no PIX, muita gente terá acesso a carteiras digitais e soluções oferecidas pelos bancos. Essas pessoas, que até então eram desconhecidas para as instituições e normalmente não conseguiam crédito e outros itens, como financiamento, poderão ter de forma mais simples acesso a esses benefícios, ainda que timidamente no começo.

O cadastro e a utilização também abrem espaço para novos modelos de negócios bancários e, ainda que seja prematuro dizer, poderá ser um grande impulsionador para a democratização do sistema financeiro do País, uma vez que os bancos e as carteiras digitais começam a popular mais sua base de clientes e a conhecer melhor esse público até então desbancarizado, tangibilizando novos desenhos de produtos ou créditos específicos para essa parte da população. A chegada do novo meio de pagamento possibilita que esses clientes se estabeleçam socialmente com os produtos oferecidos.

Outro ponto que vale a pena destacar é a movimentação da economia local e nacional, independentemente da localização geográfica do usuário. Isso porque, é importante lembrar, longe dos grandes centros e das cidades maiores, existem comunidades que precisam ir com frequência às capitais para resolver assuntos financeiros. Agora, os moradores de áreas mais remotas podem tratar pendências na sua própria região, por mais afastada que seja dos centros. Com isso, eliminará a necessidade e o risco de se locomover com dinheiro em espécie nas mãos.

Nesse sentido, além do benefício de atingir as regiões mais afastadas, os moradores desses locais precisam de acesso à internet para usar o PIX . Por isso, é natural que o número de pessoas online chegue cada vez mais longe, com incentivo e investimento não só do governo, mas também das grandes empresas interessadas em promover o PIX. Provavelmente, nos próximos anos, será comum ver bancos, fintechs e empresas de carteiras digitais investindo em projetos sociais de acesso à web em regiões mais remotas do País.

O PIX ainda deve facilitar a abertura de novos negócios e de autônomos. É uma oportunidade para facilitar as transações financeiras de uma parcela da população, mas também é uma chance de desenvolvimento dos negócios locais. Muitos comerciantes e pequenos estabelecimentos enfrentam empecilhos e restrições por não contarem com a participação de um banco para transacionar em função das taxas estabelecidas. Com menor custo nas transações e a permissão das autoridades locais, eles poderão se estabelecer e também operacionalizar seus negócios e movimentar a economia local. O ganho será exponencial em todas as regiões do País a médio e longo prazos.

A partir dessa observação, e com base em mecanismos de inteligência de negócios e sociais, é possível apontar o PIX como uma cascata de benefícios, não só para as empresas, mas para a sociedade como um todo. Na jornada de evolução das tecnologias, a mudança de visão quanto à sensibilidade e ao aspecto social é essencial para alavancar serviços e garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso a novas oportunidades e realizações.

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