A primeira marca de automóvel a apresentar um veículo equipado com rádio de fábrica foi a Chevrolet, em 1922, nos Estados Unidos. Nessa época, a tecnologia começava a engatinhar.
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O sistema de áudio do veículo era bastante elementar, nada compacto, precisava de baterias independentes e a antena ocupava todo perímetro do teto. A instalação também era complexa, tanto que o custo do equipamento correspondia a quase um quarto do valor de um sedã de luxo da marca.
Curiosidade: o fonógrafo que projetava o som era voltado para a parte externa, já que a tecnologia dos rádios naquela época sofria com interferências do motor e com a trepidações das vias, além da frequência das poucas estações AM da época oscilar muito entre os deslocamentos. O experimento foi pensado para que as famílias pudessem ouvir jazz, música clássica, noticiários, cultos e programas de entretenimento enquanto faziam seus tradicionais piqueniques ao ar livre nos fins de semana.
Mas foi apenas no início dos anos 30 que o rádio para automóveis começou a ser produzido em massa. Ainda assim, continuava sendo um item relativamente caro, até porque a instalação do equipamento exigia um par de técnicos por dias inteiros de trabalho.
Os reflexos da Grande Depressão na economia representavam outro grande desafio. Ao menos os sistemas de áudio não ocupavam mais o espaço de uma pessoa na cabine, contava com alto-falante munido de ajuste de volume e já tinham o propósito de entreter os ocupantes em trânsito.
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Nos anos pós guerra
Nos anos 50, os aparelhos traziam novidades como botões para a seleção de estações de rádio e a opção para a transmissão em frequência modulada (FM), que ajudaram a eliminar ruídos. Mas o grande salto foi dado com o surgimento dos primeiros rádios automotivos totalmente transistorizados na década seguinte, assim como o sistema de som estéreo.
Enquanto os transistores permitiram reduzir os rádios veiculares ao tamanho próximo dos atuais, para serem encaixados no painel, o estéreo melhorou a qualidade acústica por conseguir recriar a posição dos sons onde foram espacialmente gravados.
O pós-guerra foi marcado por uma grande ruptura comportamental pela liberdade, muito evidente nas músicas da época, além do fim da escassez de bens de consumo em geral. Aliás, a grandiosidade dos automóveis norte-americanos refletia esta prosperidade alcançada.
Era tanto o anseio por novidades que a indústria até que tentou emplacar nos veículos tecnologias que despontavam no mercado, como o rádio de gaveta com alto-falante embutido para uso externo, o cartucho de oito músicas e até a vitrola com disco de vinil. Nenhuma delas, no entanto, prosperou comercialmente.
Durante os anos 70
Foi o lançamento do toca-fitas nos anos 70 que deu uma guinada em relação ao entretenimento a bordo. Isto porque os ocupantes tinham a possibilidade de selecionar os conteúdos que iam apreciar durante seus deslocamentos, que passavam a ser mais duradouros, por conta do tráfego urbano intensificado e da malha rodoviária que só se ampliava.
No Brasil, o primeiro Chevrolet a oferecer o um toca-fitas de série foi o Opala, marcando a estreia da versão Diplomata. O pacote luxuoso incluía antena elétrica, relógio digital, direção hidráulica e ar-condicionado, itens considerados exclusivos para carros de passeio nacionais.
90, 2000, essas coisas
Outra evolução marcante da qualidade sonora veio com o toca-CDs, que dominaram nas décadas de 1990 e 2000, inicialmente com os modelos Single DIN e depois com os Double DIN, que passaram a ocupar o dobro do espaço. Isso também estimulou os designers a repensar o visual dos aparelhos de áudio, que passaram a ser integrados ao painel.
A abertura das importações de automóveis e as transformações econômicas ajudaram a acelerar a modernização da nossa frota. Nesta época, o Omega era a porta de entrada das principais inovações, entre elas o CD Player.
Além de mais acessíveis que os toca-CDs, os rádios com entrada MP3 permitiam espetar mídias com maior capacidade de armazenamento de dados. Por isso começaram a ganhar a preferência do consumidor a partir da virada do milênio. Outra vantagem era que o motorista não precisava mais carregar estojos com discos ou fitas que ocupavam espaços nobres dos porta-objetos.
Bluetooth e o fim da macarronada de fios
O fim da dependência de meios físicos para ouvir música veio junto com a era da conectividade, capitaneada pelo Bluetooth. A tecnologia abria caminho para a conexão sem fio com outros aparelhos compatíveis.
Sua principal razão, no entanto, era poder transmitir o áudio de chamadas do celular para o sistema viva-voz do carro com segurança, já que o motorista não precisaria tirar as mãos do volante para usar o telefone.
No início dos anos 2010, a Chevrolet iniciava a popularização do multimídia com tela grande e colorida no centro do painel. Sua interface intuitiva e simples seguia o layout de tablets e smartphones, que se tornariam um item indispensável no dia a dia das pessoas.
Tanto que o próximo nível de conectividade veio com a chegada dos sistemas Android Auto e Apple Car Play para a projeção no MyLink de determinados aplicativos do smartphone, como o Waze, de navegação, e o WhatsApp, para troca de mensagens.
Já em 2015, a Chevrolet apresentava mais uma novidade ao mercado brasileiro: o sistema de telemática avançado OnStar, com mais de 20 serviços, entre eles o de resposta automática em caso de acidente, que é capaz de detectar uma colisão com deflagração dos airbags e providenciar socorro às vítimas.
A nova tecnologia, inaugurada com o Cruze, surpreendia ainda por oferecer auxílio na recuperação em caso de roubo do veículo. Hoje o OnStar já está disponível para toda a nova linha de produtos da marca.
A partir de 2019, com a integração do serviço OnStar com a tecnologia 4G, a Chevrolet inaugurou o quarto nível de conectividade ao oferecer o serviço de Wi-Fi nativo a bordo em produtos estratégicos da companhia.
Com sinal de internet independente e até 12 vezes mais estável, os ocupantes podem se manter conectados mesmo em viagens rodoviárias. Para o motorista isto também significa que ele pode ter ali na tela informações relevantes para o seu deslocamento, como mapas com trânsito em tempo real, previsão do tempo ao longo do percurso, consulta e agendamento de serviços mecânicos e muito mais.
Em suma, o automóvel cada vez mais vem se apropriando de inovações de conectividade para ficar mais independente do smartphone. Antes, para se conectar a sua playlist favorita era necessário conectar um celular ao carro.
Novo Equinox
O novo Equinox trará evoluções importantes neste sentido. Com o serviço de streaming de áudio Spotify nativo vai ser possível escolher músicas, notícias e podcasts pelo próprio MyLink, sem precisar usar o pacote de dados pessoais do telefone.
Mais uma novidade que estreia com o SUV da Chevrolet será a adoção do mesmo sistema de comando de voz Alexa que já opera casas inteligentes. Com isso, o motorista também passará a ter uma assistente virtual para serviços de navegação e mídia, por exemplo. Tudo isso abre espaço para que, no futuro, o automóvel se conecte também ao ecossistema, para ainda maior comodidade e segurança.