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Bitcoin: o que esperar da criptomoeda em 2017?

O ano de 2016 foi excelente para o Bitcoin. A moeda digital valorizou 93,58% no Mercado Bitcoin, referência em cotação no Brasil, e terminou o ano com o maior preço da história ao atingir R$ 3.699 em 28 de dezembro. O valor movimentado em Bitcoins no mundo chegou a US$ 16 bilhões (cerca de R$ 51 bilhões).

Uma das principais características do Bitcoin é sua escassez – saiba tudo sobre a criptomoeda aqui. Hoje, existe 16 milhões de moedas em circulação no mercado, e elas chegarão a um total de 21 milhões em 2033. Assim, a vontade das pessoas de comprar ou vender a moeda é o que determina seu preço, dado que não é possível alterar a quantidade, produzindo mais.

A seguir, confira algumas das principais variáveis que podem afetar a procura e por consequência o preço da moeda em 2017. As dicas foram dadas por Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin.

Se você tem alguma dúvida sobre tecnologia, escreva para 33giga@33giga.com.br e suas questões podem ser respondidas

1. Donald Trump na presidência dos EUA
Em dezembro, quando o Bitcoin estava na casa dos US$ 700, o banco de investimento Saxos publicou um artigo que diz que as medidas econômicas sinalizadas por Donald Trump podem aumentar o déficit e a inflação nos Estados Unidos. Como a criptomoeda é imune a políticas monetárias de países, ela seria vista como uma alternativa de proteção. Segundo o banco, este fator poderia elevar o Bitcoin para US$ 2.100 dólares até o fim de 2017. No início deste ano, ele já está sendo negociado a mais de US$ 1 mil.

2. Avanços técnicos na tecnologia do Bitcoin
Em 3 de janeiro os programas que formam o Bitcoin completaram 8 anos. Ou seja, ainda é uma tecnologia nova e em evolução. Pela novidade, a moeda ainda enfrenta diversos desafios técnicos, sendo que o principal deles é a capacidade limitada de processamento de pagamentos. Hoje, é possível processar sete transações por segundo na melhor das hipóteses. A Visa pode processar mais de 50 mil transações por segundo.

Neste ano são esperados dois avanços técnicos no Bitcoin. Um chamado SegWit, que visa diminuir o tamanho das informações trocadas nos pagamentos e, consequentemente, aumentar o número de pagamentos possíveis por segundo, e outro chamado Lightning Network, que é mais ambicioso e pretende remover o limite de transações.

3. Índia, China e Venezuela
Populações de países cujas políticas econômicas e monetárias afetaram a moeda em circulação, estão tendo uma alta demanda na procura por Bitcoins. Em novembro, a Índia proibiu e retirou do mercado as suas cédulas de valores mais altos, a China vem impondo nos últimos anos regras mais rígidas de controles de capitais e a Venezuela despedaçou sua economia. Nos três casos houve uma corrida intensa pela moeda virtual que pode se intensificar em 2017.

4. Bitcoin negociado em Bolsa de Valores
Os irmãos Winklevoss, que ficaram famosos por ter processado o criador do Facebook, Mark Zuckeberg em briga pela paternidade do site, são dois dos maiores entusiastas de Bitcoin. Há dois anos, eles solicitaram a criação de um produto de investimento para ser negociado em bolsas de valores chamado Bitcoin ETF. Espera-se que a CVM dos Estados Unidos (SEC) dê sua resposta ainda em 2017. Caso aprovado, o resultado prático deste produto é que será possível investir em Bitcoins via Bolsa de valores norte-americana.