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As empresas de tecnologia ainda são majoritariamente dominada por homens. As gigantes da área, como Google, Apple e Facebook, ainda não possuem um terço no número de mulheres entre os funcionários nas sedes no Vale do Silício, de acordo com divulgação de seus relatórios de diversidade. No Brasil, a realidade não é muito diferente.
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Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizada pelo IBGE, apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de Tecnologia da Informação (TI) são mulheres. Por outro lado, a falta de referências e a maneira como a tecnologia foi introduzida na infância podem ter influência na baixa presença de mulheres na área. Poucos sabem, por exemplo, que a linguagem de programação teve como precursora nada menos que uma mulher, a inglesa Ada Lovelace, que era matemática e escritora e foi a primeira pessoa a escrever um algoritmo para ser processado por máquina.
Se além dos contos de fadas essas histórias reais fossem contadas a um número maior de meninas, possivelmente teria-se uma realidade diferente no que diz respeito às mulheres graduadas em Processamento de Dados ou Ciência da Computação. De acordo com a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), em 2014 as mulheres representavam apenas 16% do total de brasileiros formados em cursos de informática.
Desde pequena, Suelen Fenali, hoje formada em Sistemas de Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já tinha um grande interesse por tecnologia. “Em vez de brincar de casinha, eu construía robôs com meu brinquedo de Lego.” Na hora de escolher a profissão, ela conta que também teve forte influência dos pais. “Desde muito cedo, eles me falavam sobre a importância da tecnologia para nosso futuro. Com isso, meu primeiro curso de programação foi aos 14 anos de idade, sendo que dos 22 alunos iniciais fui uma das quatro a se formar. Acredito que cada vez mais a tendência é as mulheres quebrarem essas barreiras na área”, comenta a analista Data Science do GetNinjas, plataforma online de contratação de serviços.
A analista de testes, Ingla Genovez, que também compõem o time de TI do GetNinjas, acredita que deve haver uma disposição maior das mulheres a quebrar o estigma de que tecnologia é uma área masculina e resistir para se desenvolver e conquistar o mercado. “Já fui a única mulher em um evento sobre testes e, quando souberam que na época eu só atuava com testes manuais, fui motivo de piada. O interesse pela área de testes foi justamente por me importar muito com a qualidade do serviço prestado e é por conta das minhas conquistas que tenho conseguido me desenvolver cada vez mais na área.”
Iniciativas organizadas por mulheres para as mulheres, como o evento de programação na linguagem Ruby – o Rails Girls, também contribuem para a disseminação e incentivo da atuação feminina na área, já que a evolução acontece de forma muito rápida, e os conhecimentos logo se tornam ultrapassados.
O evento, realizado desde 2010 em vários países como Austrália, Japão e Egito, ocorre em formato de curso e é oferecido gratuitamente em dois dias, como uma imersão em programação ruby. A próxima edição brasileira ocorrerá em São Paulo, na sede da fintech Nubank, nos dias 18 e 19 de agosto. Essa é uma ótima oportunidade para mulheres que não conhecem essa linguagem de programação e têm interesse de se aventurar na área.
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