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Barack Obama inaugurou a era dos políticos nas redes sociais. Porém, para proteger o então presidente dos Estados Unidos de ciberataques enquanto publicava no Twitter ou Instagram, foi necessário procurar um celular seguro. O modelo escolhido por ele e aprovado pelo Serviço Secreto foi um BlackBerry. Isso porque cada aparelho da marca tinha sua própria chave de criptografia. Mas nem sempre os políticos se preocupam com a segurança de seus dados, muitas vezes, supersecretos. O 33Giga reuniu oito situações em que os parlamentares vacilaram ao usar a internet e acabaram expondo mais do que deveriam.
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Em meio ao escândalo dos laranjas do PSL, o então ministro Gustavo Bebianno afirmou ao jornal O Globo que havia conversado três vezes com Jair Bolsonaro em 12 de fevereiro de 2019 para alegar que não havia crise no partido. No dia seguinte, Carlos Bolsonaro, filho do presidente, disse que isso era “mentira absoluta”. Só que áudios divulgados pela revista Veja mostraram que os dois políticos teriam, sim, trocado pelo menos três mensagens via WhatsApp. O interessante é que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) deu um celular criptografado ao presidente e pediu para evitar o popular mensageiro – medidas ignoradas por ele.
Em 2018, o Facebook se envolveu em um escândalo relacionado à privacidade dos dados de seus usuários. Cerca de 50 milhões de pessoas tiveram suas informações vazadas de forma ilegal para a empresa de marketing político Cambridge Analytica. A companhia usou o conteúdo para traçar perfis detalhados de eleitores dos Estados Unidos em uma campanha pró-Trump, ajudando o magnata a ser eleito presidente do país. Quando o caso veio a público, Mark Zuckerberg teve que prestar declarações na justiça. Já a rede social perdeu US$ 120 bilhões em um único dia na Bolsa de Nova York – a maior destruição de valor diária de uma empresa na história de Wall Street.
No início de seu mandato em 2017, Donald Trump resolveu ignorar as recomendações do Serviço Secreto e o celular criptografado oferecido pela agência. O presidente dos Estados Unidos preferiu continuar usando seu aparelho Android, um Samsung Galaxy S3, lançado em 2012 e que já tinha a manutenção encerrada desde 2014. O motivo é que o magnata queria acessar o Twitter, mas o aparelho recomendado só fazia e recebia ligações de um número restrito de contatos. Trump conseguiu segurar as pontas até março, mas acabou tendo que trocar o celular por um iPhone – mais seguro, mas, mesmo assim, não era o dado pelo Serviço Secreto.
Quando foi secretária de Estado, de 2009 a 2013, Hillary Clinton dispensou o e-mail oficial e instalou um servidor particular em sua casa. Ali, enviou ou recebeu cerca de 61 mil mensagens. Embora não seja ilegal, ao usar um servidor privado, ela poderia ter posto em risco a segurança dos Estados Unidos. Ainda mais quando a maior parte do conteúdo trocado foi classificado como supersecreto. O fato foi revelado pela primeira vez em 2015, mas voltou aos holofotes um ano depois, durante as eleições para presidente em que Hillary concorreu contra Donald Trump.
Assim como Hillary Clinton, a filha e assessora especial do presidente Donald Trump usou um e-mail pessoal para enviar mensagens sobre questões relacionadas à Casa Branca em 2017. A maioria do conteúdo, entretanto, estava vinculada a informações de logística, sem grandes impactos do ponto de vista do governo. Ivanka deixou de usar o endereço assim que foi informada que estava violando uma norma de sigilo norte-americana. Vale ressaltar, porém, que Trump considerou a prática ilegal e uma ameaça à segurança dos Estados Unidos quando o escândalo de Hillary veio a público. No caso da filha, ele desvalorizou o teor dizendo que era fake news.
O gemidão do WhatsApp foi um meme que ganhou destaque em meados de 2017 – e fez uma série de vítimas pelo caminho. Teve noiva trolada no próprio casamento e um vereador que foi interrompido após o presidente do Legislativo abrir o áudio no celular. O caso ocorreu durante uma sessão da Câmara de Votorantim (SP). O político que caiu na brincadeira ficou conhecido como “Bruno do gemidão”.
O deputado norte-americano Anthony Weiner foi envolvido em um escândalo sexual em 2011. À época, o político usava o inbox do Twitter para trocar nudes com garotas. O problema foi quando ele acabou publicando uma foto de cueca na timeline. O vazamento acidental levou outras imagens a aparecerem pelas redes sociais. O caso ficou tão famoso nos Estados Unidos que passou a ser conhecido como “Weinergate”, em alusão ao “Watergate”. O deputado reconheceu que mantinha “conversas inapropriadas” com seis mulheres e se afastou da vida política.
Em 2014, o jornal The Sun publicou fotos do deputado britânico Nigel Mills jogando Candy Crush em seu tablet enquanto colegas no parlamento debatiam sobre trabalho e previdência. Após o escândalo, o político se desculpou por meio de um comunicado. Ele afirmou que “isso não é o que se espera de um membro do parlamento” e que “nunca voltará a acontecer”.
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