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Com o leilão do 5G, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) definiu que todas as antenas parabólicas do País deixarão de funcionar na mesma faixa de sinal que leva a programação dos canais abertos das emissoras para suas afiliadas, conhecida como banda C (3,5 Ghz), para não sofrer interferência do novo sinal 5G.
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Por isso, a população que utiliza a parabólica terá que atualizar seus equipamentos para a tecnologia de antenas e receptores da banda KU. O sócio-fundador da Vivensis, Yvan Cabral, explica por que a migração é necessária.
“Parece complexo, mas é o mesmo movimento que aconteceu com a TV, quando o sinal analógico foi substituído pelo digital para dar espaço ao lançamento do 4G. À medida que o 5G for sendo lançado em cada município, o sinal da banda C será substituído pelo sinal da banda KU, que possui uma qualidade e uma velocidade de sinal muito melhor”.
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Com o desligamento do sinal analógico, quem possui TV parabólica precisará comprar antena e receptor específicos para receber o novo sinal.
A Vivensis – especializada no mercado de tecnologia via satélite e pioneira na distribuição e comercialização de kits de antenas e receptores de TV por assinatura para marcas líderes como Sky, HughesNet e Ligga Telecom –, por exemplo, estima dobrar de tamanho com essa novidade.
O IBGE estima em 18,9 milhões o total de domicílios que precisarão trocar seus kits de parabólica. Por esse motivo, Cabral avalia que o momento atual é dos melhores no segmento de telecomunicações, que poderá atender tanto o público do CadÚnico (cerca de 8 milhões de beneficiários), que ganhará os kits da Entidade Administradora da Faixa (EAF), quanto os mais de 10 milhões de pessoas que não se enquadram no cadastro e precisarão comprar os kits nas lojas especializadas e nos grandes varejos.
Cabral esclarece que nem todos os beneficiários do CadÚnico receberão kits, apenas os que assistem TV aberta via parabólica, critério definido pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (Gaispi), na faixa de 3.625 a 3.700 MHz.
O grupo é composto por representantes da Anatel, do Ministério das Comunicações, das empresas radiodifusão (emissoras), das empresas vencedoras da licitação da faixa e de empresas de satélite.
“Existe uma parcela dessa população que é classificada como vulnerável e possui uma limitação de renda, por isso vão fazer parte da política do governo, já que não podem perder o direito de assistir TV, que é um direito público, porque já compraram o produto para ter acesso à programação aberta. A chegada do 5G não pode gerar prejuízos às pessoas que não possuem recursos para comprar os receptores atualizados da banda KU, por isso eles vão receber um kit de antena mais receptor da EAF”, diz Cabral.
Segundo o sócio da Vivensis, são as operadoras de telefonia que compõem a EAF as responsáveis pela realização do processo de compra de equipamentos, contratação de serviços de instalação e apontamento para o satélite específico, no caso o Embratel/Claro, definido pelo Gaispi como exclusivo à população do CadÚnico.
“Mas, além dessa parcela da população, existe um mercado promissor, formado por clientes que terão de comprar aos kits de recepção da banda KU. Neste caso, quem define os satélites para os quais as parabólicas serão apontadas são as emissoras de TV, as quais pagam pelos espaços nos satélites. E os dois satélites escolhidos pelas emissoras foram o da Embratel/Claro e o da SKY, que ofereceram as melhores condições de compra”, informa.
Até o final de julho deste ano, as capitais serão as primeiras a receber o novo sinal 5G, conforme o cronograma definido pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações em edital.
Posteriormente, o sinal passará a funcionar nos municípios do interior e nas zonas rurais mais distantes. O prazo final para que as operadoras implementem o 5G em todos os municípios do Brasil é até 2029, mas as emissoras de TV acreditam que a migração de faixa de sinal das parabólicas vai acontecer antes disso.