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A bola da vez é a tecnologia 5G, algo que em breve veremos com força no Brasil. Erra quem pensa que ele trará apenas uma mudança de velocidade versus o 4G.
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A tecnologia5G trará consigo uma revolução em todas as interações de empresas com empresas, consumidores com empresas, consumidores com outros consumidores e também de empresas e consumidores com os objetos e coisas.
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A tecnologia5G, que já vem sendo experimentada em caráter piloto em algumas regiões do Brasil, vai muito além de oferecer apenas mais velocidade de conexão. O que, claro, não deixa de ser um ganho tangível, uma vez que é 20 vezes mais rápido que o 4G.
Na Coreia do Sul, por exemplo, a tecnologia 5G é uma realidade desde 2019. Diversas soluções de entretenimento inovadoras utilizando a realidade aumentada (potencializada pela tecnologia) podem ser encontradas em vídeos de YouTube.
No Brasil, encerrando o primeiro trimestre de 2021, ainda estamos discutindo o leilão das teles. O qual já promete novamente ser postergado para o 2º semestre do ano.
A tecnologia 5G periga ficar para 2022 ou até 2023, o que vai atrasar ainda mais o avanço tecnológico que o país poderá obter com essa tecnologia. Por ora, poucos aparelhos suportam o protocolo no Brasil (ainda que lançamentos venham chegando mensalmente), e o máximo que se consegue é ver filmes num streaming mais rápido.
Ainda citando o exemplo da Coreia, lá, a realidade já é totalmente diferente. Há aplicações da tecnologia em soluções que vão desde o melhor monitoramento e controle de serviços públicos como iluminação e água tratada. E mais: o protocolo é usado em fronteiras associadas ao uso mais efetivo da telemedicina para controle da pandemia de covid-19.
O conceito de internet das coisas passa pelo entendimento de que as redes 5G possibilitarão, por suas características, ajudar a conectar os itens usados no dia a dia à rede mundial de computadores. A saber: “coisas” como eletrodomésticos, meios de transporte, roupas, partes da casa e maçanetas conectadas via internet a outros dispositivos que já possuem sentido somente plugados à rede, como computadores e smartphones.
O 5G será o que vai potencializar a internet das coisas e complementá-la. Seria como perguntar se o iPhone e o 4G são a mesma coisa. Não, o 4G apenas potencializa o iPhone, que tem acesso mais rápido à internet e melhora a experiência.
O que o 5G fará com a internet das coisas será o mesmo.
A telemedicina e suas aplicações práticas serão um dos primeiros grandes exemplos desta transformação radical. Imagine que o Dr. João, de São Paulo, poderá operar a Dona Maria, em Recife. Até aí, normal: ele pega um avião e vai.
Mas e se o Dr. João permanecer em São Paulo e realizar todo este procedimento à distância?
Usando internet das coisas e o 5G, a cirurgia poderá ser feita remotamente, economizando tempo e recursos valiosos outrora dispensados no trajeto e deslocamento do Dr. João.
Ele poderá controlar um braço robótico para operar a paciente de modo remoto e instantâneo, pois o braço emula (reproduz) as ações que ele mandará o robô fazer por intermédio dos sensores nele existentes. Isso é um ganho enorme do “casamento” do 5G com a internet das coisas.
E se o Dr. João precisar da Dra. Amanda para ajudar na cirurgia e ela estiver no Japão? Para o 5G, pouco importa, pois a rede será tão potente que não fará mais diferença a localização física dos médicos, desde que a operação do braço mecânico seja feita utilizando este tipo de tecnologia na mesma sala cirúrgica da paciente.
Os exemplos de aplicação em potencial são virtualmente infinitos. Poderemos realizar expedições a lugares remotos vivenciando emoções iguais a de exploradores, no conforto e segurança de nossos lares.
Ou, ainda, aprender com o uso de técnicas de ensino a distância potencializadas pelo emprego de avatares virtuais que serão projetados a partir de nossos televisores – ou mesmo smartwatches. Com os quais, aliás, falaremos e interagiremos como se fossem humanos.
Diversos outros exemplos de ficção científica de outrora passarão a ser realidade tangível e massificada. Quando todos estivermos com esses dispositivos em mãos, veremos efetivamente suas funcionalidades e como vamos nos beneficiar delas.
A Whirlpool, por exemplo, já usa dispositivos IoT para manutenção preditiva, controles ambientais, monitoramento de processos usando rede wi-fi tradicional da área local. Entretanto, a gigante dos eletrodomésticos espera a tecnologia 5G para implantar empilhadeiras e outros veículos autônomos, para, com isso, reduzir custos e aumentar a produtividade – palavras que todo gestor ama.
Imaginemos uma sociedade em que todas estas economias e eficiências de escala se tornem realidade e possam ser repassadas para proveito de nós, usuários, com melhores e mais baratos produtos e serviços. Isto poderá até mesmo a reduzir algumas das disparidades sociais tão grandes em nosso Brasil.
E antes que alguém me julgue sonhador, recomendo que procure mais informações sobre o impacto dos avanços tecnológicos na economia de cada família e na geração de riquezas na sociedade. Isso, desde a invenção da máquina a vapor e o surgimento da revolução industrial.
O advento da Internet das Coisas e do 5G em escala poderá representar uma transformação tão ou mais profunda do que esta para nós mesmos, nossas empresas e a sociedade em geral.
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*Fernando Moulin é Business Partner da Sponsorb, consultoria de business performance.